Suspeito é morto em troca de tiros com militares na Avenida Brasil.

‘Senti medo de morrer”, diz vítima de morto por fuzileiros, que teve arma contra a cabeça

Mulher contou que homem morto por fuzileiros atacou ônibus antes, com outros comparsas
Mulher contou que homem morto por fuzileiros atacou ônibus antes, com outros comparsas Foto: Geraldo Ribeiro / Extra
Geraldo Ribeiro
“Na hora senti medo de morrer e só pedia a Deus para que descessem logo. Depois, o sentimento foi de insegururança, raiva e impotência”. O desabafo é da secretária executiva Andreia Motta, de 44 anos, que também foi vítima do homem morto durante troca de tiros com fuzileiros navais, na manhã desta quarta-feira, na Avenida Brasil, na altura de São Cristóvão, na Zona Norte do Rio.
Ela contou que o suspeito, que estava acompanhado de outros quatro comparsas, invadiu o ônibus em que ela seguia para o trabalho, botou terror nos passageiros, ameaçou o motorista e o obrigou a desviar a rota em direção à Avenida Francisco Bicalho.
— Quando tudo acabou veio aquele conflito de sentimentos. Não sabia se agradecia, por ter escapado com vida, ou se chorava — disse a mulher, para quem a presença dos militares nas ruas ajuda criar uma sensação de segurança na população.
A secretária, que mora em Paciência, na Zona Oeste, e trabalha no Centro, ficou sem o celular. O relógio de pulso estava coberto por um blazer e não foi visto pelos bandidos. Menos sorte tiveram os outros passageiros, que perderam celulares, relógios, alianças, carteiras com dinheiro e outros pertences. Ela acredita que os ladrões estavam praticando uma série de asssaltos no local, desde cedo, e só pararam ao confrontar com o comboio dos militares, que resultou na morte de um deles.
A vítima disse que os bandidos entraram no ônibus executivo da linha 2303 (Cesarão-Carioca), por volta das 6h10, quando o coletivo parou no ponto localizado na altura do Into. Segundo o seu relato, três homens renderam o motorista e outros dois foram para o salão do veículos recolher os pertences dos passageiros. O grupo desceu na altura da Rodoviária Novo Rio e, segundo a vítima, teria retornado ao trecho inicial para praticar novos roubos.
Ao ver na internet a notícia da morte de um dos envolvidos no assalto, em troca de tiros com os militares, a secretária contou que voltou ao local, para tentar fazer o reconhecimento e reaver o celular, mas ao chegar lá o corpo já havia sido recolhido. Porém, ela garantiu ter reconhecido o homem que apontou a arma para sua cabeça pelas fotos, por causa da mochila usada para guardar os pertences dos passageiros do ônibus, que aparecia junto ao corpo do suspeito.
— Era a mesma. Também tenho certeza pela natureza dos assaltos ocorridos depois — disse.
No pré-registro, feito pela internet, a vítima relata que os assaltos são corriqueiros naquela região. No começo da tarde ela foi à 17ªDP (São Cristóvão) para tentar reaver o celular roubado.
Outras vítimas - O homem morto pelos fuzileiros navais, que segundo a passageira do ônibus foi um dos integrantes do bando que atacou o coletivo em que ela estava, horas depois fez pelo menos mais três vítimas. O suspeito que morreu estava na garupa da moto roubada pilotada por um comparsa, que conseguiu fugir, e foi baleado depois de atirar contra uma viatura da Marinha, na tentativa de fuga. Os militares revidaram e ele foi atingido.
A moto em que estavam era do analista de sistemas, indentificado apenas como Lennon, de 32 anos. A vítima disse ao EXTRA que vinha da Baixada Fluminense, onde mora, em direção ao trabalho, no Centro. Ele estava de moto, parado no engarrafamento, quando foi abordado por dois homens armados, que tomaram o veículo e fugiram. Segundo testemunhas outros três homens estariam dando cobertura à dupla e também fugiram.
Antes de assaltarem Lennon, os suspeitos tentaram levar a moto BMW do advogado Geraldo Freire, de 50 anos, morador em Jacarepaguá, na Zona Oeste. Mas os criminosos abandonaram o veículo quando o alarme tocou. Em seguida, eles abordaram um motorista do Uber, que estava num automóvel modelo Siena de cor preta, e levaram celular e carteira da vítima.
Freire contou que trafegava pela Avenida Brasil quando foi abordado pelos bandidos. Ele reduziu a velocidade porque achou que eram pessoas pedindo informações. Foi quando um dos criminosos anunciou o assalto, mostrando a arma. Ele ainda pediu para ficar com alguns pertences, mas os assaltantes o ignoraram.
— Parabenizo o comandante da guarnição. O sentimento é de indignação e impotência —comentou o advogado, que nunca tinha sido assaltado antes.
A polícia ainda não identificou o homem morto

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