Apesar de diminuir grau de alerta para terrorismo, Abin monitora 40 pessoas

País saberia há 50 dias de suposto plano de brasileiro ligado ao Estado Islâmico para atingir delegação francesa

Bruna Fantti
Rio - Em coletiva em Brasília, o diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Wilson Trezza, afirmou que a agência diminuiu o grau de alerta para terrorismo no Brasil. Em maio, a ameaça foi elevada para 4, em uma escala onde 5 é o máximo. No entanto, o grau atual a que esse alerta se encontra não foi revelado. O DIA apurou que cerca de 40 pessoas são monitoradas no país pela agência.
Em novembro do ano passado, a Abin chegou também a classificar como 4 o grau de alerta, ao detectar como verdadeira a ameaça de Maxime Hauchard via Twitter. O líder terrorista escreveu: “Brasil, você será o nosso próximo alvo”.
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Há dois meses, a Polícia Federal acredita que o desaparecimento da paranaense Karina Rayol seria, na verdade, uma fuga da jovem para se unir a jihadistas turcos. E desde 27 de maio um estudante paranaense, apontado como simpatizante do EI, é monitorado com tornozeleira eletrônica e está proibido de se aproximar dos locais de competição.
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Foto: Márcio Mercante / Agência O Dia
Em Lausanne, na Suíça, o COI afirmou que os antecedentes e históricos de cerca de 400 mil pessoas já foram avaliados antes dos Jogos. São funcionários, jornalistas e terceirizados que vão atuar na competição. Há o temor de que algum ato terrorista seja praticado por um infiltrado.
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Há pelo menos 50 dias o governo francês tinha conhecimento de que um brasileiro, ligado ao Estado Islâmico, estaria articulando um ataque à delegação francesa nos Jogos Olímpicos do Rio. A informação, no entanto, só veio a público na última terça-feira, e pegou o governo brasileiro e a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) de surpresa. A suspeita foi divulgada pelo jornal ‘Liberácion’, que veiculou a transcrição de uma reunião do legislativo francês, ocorrida a portas fechadas no dia 26 de maio. Na ocasião, o chefe da Direção de Informação Militar (DRM), general Christophe Gomart, prestou informações à Comissão Parlamentar de Inquérito francesa que investiga os atentados de 13 de novembro em Paris e Saint-Denis.
Na transcrição da reunião tornada pública pela própria assembleia francesa nesta semana, alguns trechos foram suprimidos — entre eles, os detalhes sobre este possível ataque. No entanto, na sequência da fala do general, um parlamentar pergunta: “Eu não tinha ouvido falar desse brasileiro que se preparava para cometer atentados contra a delegação francesa nos Jogos Olímpicos. Como você sabe?”. O general, então, responde: “Por parceiros”, em referência a outras agências de inteligência. Estes trechos, de acordo com o periódico francês, teriam sido deixados na transcrição por engano, o que trouxe à tona a informação da articulação do ataque.
O diretor-geral da Abin, Wilson Trezza, evitou reconhecer a falta de comunicação entre as agências brasileiras e francesas. “Eu não posso afiançar o que houve para que ele (general Gomart) tivesse divulgado e não tivesse falado conosco ainda”, disse. O ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Sérgio Etchegoyen, a quem a Abin é subordinada, disse que todas as delegações possuem o mesmo grau de risco.
A informação contradiz o chefe do Departamento de Contraterrorismo da agência, Luiz Alberto Sallaberry, que, em abril afirmou em palestra — conforme noticiou O DIA — que há diferentes graus de segurança para as 205 delegações. A França estava classificada como alta.
O DIA/UNPP

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