Exército estuda constituir uma Força Expedicionária .
EXCLUSIVO: Exército estuda constituir uma Força Expedicionária de valor batalhão reforçado
Por Roberto Lopes
O Comando de Operações Terrestres (COTER) realizará, entre os dias 14 e 18 de setembro, um
seminário sobre Força Expedicionária, visando colher subsídios para que
a força terrestre venha a constituir uma organização militar desse
tipo, inicialmente de valor Unidade – batalhão reforçado –, podendo
evoluir para Brigada.
A cargo da 3ª
Subchefia do COTER, o evento – que se insere no âmbito do chamado
Subprojeto Força Expedicionária – acontecerá na sala de instrução desse
Comando, em Brasília.
Oferecerão
palestras os Adidos de Defesa dos Estados Unidos da América, Reino
Unido, França e Espanha, representantes do Ministério da Defesa
brasileiro, da Marinha do Brasil e da Força Aérea Brasileira.
Na
plateia estarão representantes do Estado-Maior do Exército, dos
chamados Órgãos de Direção Setorial (ODS), dos Comandos Militares de
Área e dos Órgãos de Assistência Direta e Imediata do Comandante do
Exército (OADI).
Líbano – Em
termos práticos, o seminário pretende contribuir para a discussão
acerca da composição e organização desse contingente expedicionário,
que, apesar de estruturado sobre os requisitos de um batalhão reforçado,
deverá estar apto a receber alterações modulares.
A
ideia é inspirada em um plano que vigorou (em ritmo acelerado) no
Exército, entre os anos de 2012 e 2013, de se preparar o envio ao Líbano
de um batalhão de Infantaria reforçado (inclusive com destacamentos de
fuzileiros navais e da Infantaria de Guarda da Aeronáutica), em
atendimento a uma solicitação do Departamento de Forças de Paz da
Organização das Nações Unidas.
Foi
precisamente esse planejamento que apressou, dentro da força terrestre
brasileira, as providências para a chamada “Obtenção por Nacionalização
da Viatura Blindada Multitarefa Leve de Rodas” (VBMT-LR) – processo que
já selecionou dois modelos de viaturas, e se encontra em fase
conclusiva, aguardando apenas as propostas técnico-comerciais finais dos
fabricantes dos carros.
De
acordo com um comunicado oficial do Exército, a tropa expedicionária em
estudos deverá ter capacidade operativa plena, ou seja, a combinação de
quatro elementos considerados indispensáveis:
Organização/Estrutura Organizacional;
Adestramento;
Material/Equipamento/Logística; e
Educação/Instrução e Pessoal.
Viaturas – Em
2013, o plano que previa o envio do batalhão brasileiro ao Líbano
calculou que a unidade precisaria ser dotada de 32 veículos táticos
leves 4×4.
O programa
denominado “Obtenção por Nacionalização da Viatura Blindada Multitarefa
Leve de Rodas” (VBMT-LR), pretende, em uma primeira etapa, adquirir para
o Exército um total de 186 desses utilitários.
Os
veículos terão proteção balística, facilidades para equipamentos de
comunicações e lançadores de granadas de fumaça de 76 mm, além de
suportes tipo plattmounts para armas e uma estação de arma operada
remotamente tipo REMAX produzida pela empresa fluminense ARES
Aeroespacial e Defesa (de capital e tecnologia israelense) – sistema
esse que pode ser equipado com armas de 7,62 mm ou 12,7mm.
O
planejamento dessa aquisição contempla ainda um extenso pacote
de nacionalização da produção dos veículos, além do fornecimento de
treinamento, de peças de reposição e de serviços de apoio logístico.
À
incorporação do lote inicial de 32 unidades da VBMT-LR, serão
acrescentadas outras 154, que deverão ser compradas em duas parcelas de
77.
A previsão dos militares é de que
os primeiros carros do lote inicial de 32 sejam entregues seis meses
depois da assinatura do contrato com a empresa vencedora do programa
VBMT-LR.
Seleção – Entre
os quatro modelos de viatura oferecidos ao Exército – todos
exaustivamente testados no Centro de Avaliações do Exército (CAEx), no
Rio de Janeiro –, a Força selecionou o Iveco LMV (Light Multirole Vehicle),
proposto pela empresa fabricante da família de blindados Guarani – que
possui fábrica em Sete Lagoas (MG) –, e o Tupi, ofertado pela Avibras
Divisão Aérea e Naval, de São José dos Campos (SP), desenvolvido sobre
os planos de um veículo Sherpa Light Scout da Renault Trucks Defense.
Ficaram de fora desse short list duas
competidoras: a BAE Land Systems da Inglaterra – que propusera o seu
RG32LTV (Light Tactical Vehicle), e a americana AM General, que havia se
associado à fabricante israelense Plasan e ofertara um carro designado
como MLTV-BR (Modernised LTV-Brazil).
Em
2013, o cronograma do Exército previa que o contrato de aquisição das
primeiras 32 unidades seria assinado dentro do primeiro semestre deste
ano, mas isso já não está mais válido.
Um
Aviso da Diretoria de Fabricação do Departamento de Ciência e
Tecnologia do Exército, publicado no Diário Oficial da última
sexta-feira (17.07), convocou representantes da Iveco Latin America
Ltda. E da Avibras a comparecerem no dia 4 de agosto na sede desse
órgão, no Rio, para o recebimento das “instruções necessárias à
apresentação das respectivas propostas Técnico-Comerciais Finais e
retirada da minuta do contrato”.
As propostas Técnico-Comerciais Finais devem ser entregues ao Exército no dia 14 de agosto.
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