Pesquisa revela que 7% dos policiais militares do Rio pensam em suicídio.
Cerca de 50% do efetivo foi
ouvido. 'O policial do Rio de Janeiro é estressado, trabalha longas
horas e não dorme', pontuou o sociólogo Ignácio Cano
Rio - Uma pesquisa que será divulgada pelo
Laboratório de Análises de Violência da Uerj, em parceria com o
Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, revela que pelo menos 7%
dos policiais militares do Rio de Janeiro já pensaram em suicídio.
A pesquisa foi baseada em dados de 2014 e ouviu 5 mil PMs de todas as unidades policiais da região Metropolitana do Rio. Ou seja, cerca de 50% do efetivo. A divulgação preliminar dos dados aconteceu nesta terça-feira, na Alerj, durante uma audiência pública sobre as violência e condições de trabalho de policiais do Rio de Janeiro.
Outros dados da pesquisa dão conta de que 57% dos PMs tiveram disparos feitos em sua direção, 35% dos agentes atiraram em serviço e 8% foram feridos. Quando se referem a satisfação, 29% dos policiais alegaram que estão insatisfeitos com a profissão. Já 24% se sentem desrespeitados pela corporação e 1/3 disse que é desrespeitado pela sociedade.
Segundo o coordenador do estudo, o sociólogo Ignácio Cano, as causa desses problemas podem ser elencadas através da escala de trabalho, baixa remuneração, diferença de salários entre praças e oficiais, baixo status social, alta exposição a confrontos armados, além, da impossibilidade de sindicalização. De acordo com Cano, os policiais não possuem uma forma de reivindicação e acabam sendo alvos de punições que estão previstas no estatuto da PM.
"O policial do Rio de Janeiro é um policial estressado, que trabalha longas horas, que não dorme o suficiente, que tem angústia, ansiedade e que muitas vezes faz o uso excessivo da força, em muitas vezes, em razão disso. Então a gente tem que conseguir melhorar as condições de trabalho do policial para que ele faça o uso moderado da força", disse.
O sociólogo apontou o regulamento da corporação como "antidemocrático e autoritário, que priva os policiais de muitos direitos básicos de expressão". De acordo com Cano, mudanças podem ser feitas, sem que pra isso haja aumento no orçamento da PM. "Há várias demandas que são urgentes e não tem custo para o estado. O estado não pode mais adiar a mudança nas escalas, por exemplo, que são ruins para os policiais e para a sociedade".
A audiência pública foi convocada pelas comissões de Direitos Humanos e de Segurança da Alerj. Participaram representantes do estado, das corporações e familiares de policiais vitimados em serviço. De acordo com o deputado estadual Marcelo Freixo, presidente da Comissão de Direitos Humanos, a reunião serviu para ouvir as demandas e encaminhar os pedidos para os setores competentes.
"Hoje é o dia da escuta, da gente ser capaz de ouví-los sobre como estão suas vidas, suas perspectivas e também a sociedade civil. Queremos tratar da qualidade da segurança pública ouvindo os profissionais de segurança", contou.
A pesquisa foi baseada em dados de 2014 e ouviu 5 mil PMs de todas as unidades policiais da região Metropolitana do Rio. Ou seja, cerca de 50% do efetivo. A divulgação preliminar dos dados aconteceu nesta terça-feira, na Alerj, durante uma audiência pública sobre as violência e condições de trabalho de policiais do Rio de Janeiro.
Outros dados da pesquisa dão conta de que 57% dos PMs tiveram disparos feitos em sua direção, 35% dos agentes atiraram em serviço e 8% foram feridos. Quando se referem a satisfação, 29% dos policiais alegaram que estão insatisfeitos com a profissão. Já 24% se sentem desrespeitados pela corporação e 1/3 disse que é desrespeitado pela sociedade.
Segundo o coordenador do estudo, o sociólogo Ignácio Cano, as causa desses problemas podem ser elencadas através da escala de trabalho, baixa remuneração, diferença de salários entre praças e oficiais, baixo status social, alta exposição a confrontos armados, além, da impossibilidade de sindicalização. De acordo com Cano, os policiais não possuem uma forma de reivindicação e acabam sendo alvos de punições que estão previstas no estatuto da PM.
"O policial do Rio de Janeiro é um policial estressado, que trabalha longas horas, que não dorme o suficiente, que tem angústia, ansiedade e que muitas vezes faz o uso excessivo da força, em muitas vezes, em razão disso. Então a gente tem que conseguir melhorar as condições de trabalho do policial para que ele faça o uso moderado da força", disse.
O sociólogo apontou o regulamento da corporação como "antidemocrático e autoritário, que priva os policiais de muitos direitos básicos de expressão". De acordo com Cano, mudanças podem ser feitas, sem que pra isso haja aumento no orçamento da PM. "Há várias demandas que são urgentes e não tem custo para o estado. O estado não pode mais adiar a mudança nas escalas, por exemplo, que são ruins para os policiais e para a sociedade".
A audiência pública foi convocada pelas comissões de Direitos Humanos e de Segurança da Alerj. Participaram representantes do estado, das corporações e familiares de policiais vitimados em serviço. De acordo com o deputado estadual Marcelo Freixo, presidente da Comissão de Direitos Humanos, a reunião serviu para ouvir as demandas e encaminhar os pedidos para os setores competentes.
"Hoje é o dia da escuta, da gente ser capaz de ouví-los sobre como estão suas vidas, suas perspectivas e também a sociedade civil. Queremos tratar da qualidade da segurança pública ouvindo os profissionais de segurança", contou.
Comentários
Postar um comentário
comentários