Cortes no Orçamento ameaçam a linha de blindados da Iveco e atividade militar .
25 de Maio, 2015 - 10:25 ( Brasília )
Ministério da Defesa perde R$ 5,617 bilhões em verbas
Linha de produção do blindado Guarani em Sete Lagoas (MG) | Foto: reprodução
Mara Bianchetti
diariodocomercio.com.br
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A possilidade de suspensão da produção de veículos de defesa pela Iveco Latin America, subsidiária da CNH Industrial, em Sete Lagoas (região Central de Minas), aumentou na sexta-feira, com o anúncio do governo federal do corte de R$ 69,946 bilhões no Orçamento da União, que retirou R$ 5,617 bilhões dos cofres do Ministério da Defesa.
Com isso, tornou-se pouco provável que aconteçam novas encomendas do blindado Guarani nos próximos meses, já que, com o contingenciamento, a Pasta terá que adiar a compra de equipamentos militares para as Forças Armadas.
E os impactos negativos da paralisação da linha não serão sentidos apenas no município, como também no Estado. Além dos cerca de 300 empregos diretos e de outros mil indiretos ameaçados, a arrecadação de impostos também será afetada com o fechamento da linha de montagem voltada para atender unicamente a demanda do Exército Brasileiro. Além disso, haverá o enfraquecimento do parque industrial de Minas.
Preocupado com a situação, no último dia 15, o diretor of Bus and Defence Vehicles Divisions da Iveco Latin America, Humberto Marchioni Spinetti, enviou comunicado ao prefeito de Sete Lagoas, Márcio Reinaldo Dias Moreira, afirmando que em função da atual condição financeira do Exército, provavelmente não será possível continuar produzindo as unidades blindadas a partir do mês que vem.
E, de acordo com o documento, a conseqüência principal disso seria a parada na produção, além da adoção de outras medidas de contenção pela empresa, com reflexo no nível de emprego.
Segundo informações da assessoria de imprensa da montadora, desde que foi inaugurada, em junho de 2013, até hoje, a planta da Iveco Veículos de Defesa já entregou 132 unidades do modelo Guarani. A empresa afirmou que o Exército chegou a fazer novos pedidos neste exercício, mas não soube precisar se ainda há alguma unidade a ser entregue antes da possível paralisação.
Compromisso - Neste sentido, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Olavo Machado Junior, cobrou do governo federal o cumprimento do contrato com a companhia. Para ele, o País precisa de uma política industrial que dê credibilidade e, principalmente, segurança jurídica para atrair novos aportes.
"Um país não se faz só na conversa e na crença do futuro. Temos que ter ações efetivas para construir esse futuro", disse o presidente da entidade mineira, durante evento realizado na sede da Fiemg, em Belo Horizonte, na sexta-feira.
"Se a empresa tem um pedido que foi colocado pelo Ministério da Defesa, que demandou investimentos e planejamento para explorar o mercado que se apresentava, e este pedido não é honrado, como vamos atrair novos investimentos? Esse exemplo é claro. Está na hora de exigir do governo federal que cumpra o contrato com a Iveco", enfatizou Machado Junior.
Já o secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo de Sete Lagoas, Saulo Queiroz, destacou a "Moção de Apoio" que a prefeitura, a Câmara Municipal e o setor empresarial, através da Associação Comercial e Industrial, enviou à Iveco Latin América. O documento externa a preocupação em relação ao iminente encerramento das atividades.
"Deixamos claro que, se concretizada, a paralisação afetará diretamente a atividade econômica do município, com profundos reflexos na área social, porque implicará na eliminação de cerca de 300 empregos diretos, bem como no fechamento de outros mil postos de trabalho que, indiretamente, estão relacionados com a produção do veículo blindado, implicando também na descontinuidade de um exitoso processo de aprimoramento tecnológico e cultural, que vem agregando valores ao setor empresarial de Sete Lagoas e da região", disse.
O contrato da Iveco com o Exército Brasileiro é de R$ 6 bilhões e prevê o fornecimento de 2.044 veículos blindados nos próximos 20 anos. A montadora do grupo Fiat investiu R$ 100 milhões para implantar uma linha destinada à produção dos blindados dentro da plataforma industrial de Sete Lagoas.
Com isso, tornou-se pouco provável que aconteçam novas encomendas do blindado Guarani nos próximos meses, já que, com o contingenciamento, a Pasta terá que adiar a compra de equipamentos militares para as Forças Armadas.
E os impactos negativos da paralisação da linha não serão sentidos apenas no município, como também no Estado. Além dos cerca de 300 empregos diretos e de outros mil indiretos ameaçados, a arrecadação de impostos também será afetada com o fechamento da linha de montagem voltada para atender unicamente a demanda do Exército Brasileiro. Além disso, haverá o enfraquecimento do parque industrial de Minas.
Preocupado com a situação, no último dia 15, o diretor of Bus and Defence Vehicles Divisions da Iveco Latin America, Humberto Marchioni Spinetti, enviou comunicado ao prefeito de Sete Lagoas, Márcio Reinaldo Dias Moreira, afirmando que em função da atual condição financeira do Exército, provavelmente não será possível continuar produzindo as unidades blindadas a partir do mês que vem.
E, de acordo com o documento, a conseqüência principal disso seria a parada na produção, além da adoção de outras medidas de contenção pela empresa, com reflexo no nível de emprego.
Segundo informações da assessoria de imprensa da montadora, desde que foi inaugurada, em junho de 2013, até hoje, a planta da Iveco Veículos de Defesa já entregou 132 unidades do modelo Guarani. A empresa afirmou que o Exército chegou a fazer novos pedidos neste exercício, mas não soube precisar se ainda há alguma unidade a ser entregue antes da possível paralisação.
Compromisso - Neste sentido, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Olavo Machado Junior, cobrou do governo federal o cumprimento do contrato com a companhia. Para ele, o País precisa de uma política industrial que dê credibilidade e, principalmente, segurança jurídica para atrair novos aportes.
"Um país não se faz só na conversa e na crença do futuro. Temos que ter ações efetivas para construir esse futuro", disse o presidente da entidade mineira, durante evento realizado na sede da Fiemg, em Belo Horizonte, na sexta-feira.
"Se a empresa tem um pedido que foi colocado pelo Ministério da Defesa, que demandou investimentos e planejamento para explorar o mercado que se apresentava, e este pedido não é honrado, como vamos atrair novos investimentos? Esse exemplo é claro. Está na hora de exigir do governo federal que cumpra o contrato com a Iveco", enfatizou Machado Junior.
Já o secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo de Sete Lagoas, Saulo Queiroz, destacou a "Moção de Apoio" que a prefeitura, a Câmara Municipal e o setor empresarial, através da Associação Comercial e Industrial, enviou à Iveco Latin América. O documento externa a preocupação em relação ao iminente encerramento das atividades.
"Deixamos claro que, se concretizada, a paralisação afetará diretamente a atividade econômica do município, com profundos reflexos na área social, porque implicará na eliminação de cerca de 300 empregos diretos, bem como no fechamento de outros mil postos de trabalho que, indiretamente, estão relacionados com a produção do veículo blindado, implicando também na descontinuidade de um exitoso processo de aprimoramento tecnológico e cultural, que vem agregando valores ao setor empresarial de Sete Lagoas e da região", disse.
O contrato da Iveco com o Exército Brasileiro é de R$ 6 bilhões e prevê o fornecimento de 2.044 veículos blindados nos próximos 20 anos. A montadora do grupo Fiat investiu R$ 100 milhões para implantar uma linha destinada à produção dos blindados dentro da plataforma industrial de Sete Lagoas.
Atividade militar da Embraer pode ser afetada por cortes no orçamento¹
Os cortes orçamentários que serão anunciados nesta sexta-feira pela presidente Dilma Rousseff devem atingir a atividade militar da Embraer, disse à AFP Jackson Schneider, vice-presidente da área de defesa e segurança da companhia.
"A Embraer provavelmente deve ser afetada em seus programas de modernização dos aviões de combate do exército brasileiro", declarou Schneider nas instalações da empresa na cidade portuguesa de Évora.
O grupo obteve vários contratos para a melhora dos caças F5, do fabricante americano Northrop, os A1, desenvolvidos conjuntamente por Itália e Brasil, e seus próprios aviões de controle e vigilância E99, lembrou o dirigente.
Schneider não acha, entretanto, que os cortes irão prejudicar o desenvolvimento do avião de transporte militar KC-390 porque é "um programa estratégico e muito avançado".
¹com agência AFP/UNPP
¹com agência AFP/UNPP
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