Forças Armadas terão até 4 mil soldados na Maré .
27 Mar 2014
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Na primeira fase, Operação São Francisco, com 1, 5 mil militares, vai patrulhar complexo de favelas no Rio; três batalhões de paraquedistas apoiarão a açãoThaise Constancio / RIOAs Forças Armadas ocuparão o Complexo da Maré,na zona norte do Rio, a partir do dia 7 de abril. A ação foi batizada de Operação São Francisco e terá 1.500 militares, na primeira etapa, que patrulharão as ruas do entorno, enquanto policiais militares e civis entrarão no conjunto de favelas cariocas. Na segunda fase, 4 mil agentes do Exército, Marinha e Aeronáutica, mais a Força Nacional de Segurança, atuarão na comunidade até a instalação da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), prevista para o segundo semestre deste ano. Três batalhões da Brigada de Infantaria Paraquedista estão de prontidão para a ocupação da comunidade, que seguirá os mesmos moldes da operação no Complexo do Alemão, também na zona norte. Ontem, 15 soldados do 1.º Batalhão de Engenharia de Combate do Exército participaram de ação conjunta com o Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar em busca de armas emunições nas favelas Nova Holanda e Parque União. No mesmo dia, oministro da Defesa, Celso Amorim, autorizou o uso de blindados e lanchas da Marinha para apoiar as polícias estaduais na Maré. As ações não caracterizam o início da Garantia da Lei e da Ordem (GLO), que será usada na ocupação definitiva do conjunto de favelas. Para isso, ainda é necessária a publicação de um decreto da presidente Dilma Rousseff. Até lá, as Forças Armadas só poderão atuar na Maré em missões de reconhecimento e ações de inteligência – e isso já está sendo feito. Com a GLO, as três Forças poderão cumprir missões de patrulhamento, vistorias e efetuar prisões, mas apenas em flagrante. Patrulhamento. Com dez detectores de metal do tipo MD8, os militares percorreram ontem 5 mil metros quadrados no complexo. A área foi previamente mapeada pelo Bope. O Colégio-Ciep Municipal Samora Machel, na Nova Holanda, foi vasculhado. O local seria usado por traficantes para esconder drogas de diversos tipos. Nada foi encontrado. "É apenas trabalho de apoio à Secretaria de Segurança. Teremos um primeiro contato com a área, o que nos ajudará a fazer o levantamento topográfico", disse o capitão Rafael Medeiros do 1.º Batalhão de Engenharia. Em outra frente, no Parque União, o Batalhão de Ações com Cães (BAC) apreendeu uma pistola calibre 9mm e dois carregadores. Ninguém foi preso, na operação. À noite, o traficante Marcelo Santos das Dores, conhecido como Menor P e considerado o líder do tráfico na Maré, foi preso por agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes da Polícia Federal. Ele estava em um apartamento em Jacarepaguá, na zona oeste. Menor P já foi processado por tráfico de drogas, associação para o tráfico, homicídio e tortura. A PF não confirmou, porém, se a prisão teve relação com a operação. Reforço. O Comando Militar do Leste (CML) informou, por meio de nota, que "o planejamento da Operação São Francisco demandará a circulação de militares nas proximidades do complexo" e alertou que "a movimentação de viaturas faz parte da rotina militar". Em relação à Marinha, o ministro Amorim determinou ao comandante da Força, o almirante Julio Soares de Moura Neto, que "acione veículos blindados de transporte de pessoal e lanchas para apoio logístico à Secretaria de Estado de Segurança do Rio de Janeiro". Amorim determinou que os comandantes do Exército, general Enzo Martins Peri, e da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, "fiquem em condições de alocar recursos logísticos à Marinha do Brasil, se eventualmente necessários". / COLABOROU MARCELO GOMES |
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