“Projeto da nova carreira militar prevê aumento de gratificações e redução do efetivo
Projeto da nova carreira militar
11 de Agosto 2019 |
Monica Gugliano,
especial para a Gazeta do Povo
Enviado pelo governo do presidente Jair
Bolsonaro à Câmara dos Deputados, o projeto de lei que prevê a reestruturação
da carreira dos militares vai aumentar o valor dos adicionais recebidos pelos
integrantes de Exército, Marinha e Aeronáutica. Na prática, a proposta eleva a
remuneração dos militares. O texto também prevê a redução do efetivo das Forças
Armadas num prazo de dez anos. Na semana que vem, a Câmara vai instalar a
comissão especial para começar a discutir o assunto.
A proposta de reestruturação da
carreira militar foi uma espécie de contrapartida dada às Forças Armadas em
troca de mudanças na previdência das Forças Armadas – que fazem parte do mesmo
projeto de lei, o PL 1645/2019.
Dentre os assuntos contemplados no
projeto, há a previsão de promover um aumento considerável, em quatro anos, no
“adicional de habilitação” – um valor mensal pago por mês aos militares que
realizaram cursos de aperfeiçoamento.
A proposta do governo também estabelece
o “adicional de disponibilidade”, uma antiga reivindicação dos militares devido
à dedicação exclusiva da carreira. Caso o projeto seja aprovado, também será
implantado um aumento na ajuda de custo que os militares recebem quando vão
para a reserva (como é chamada a aposentadoria nas Forças Armadas).
A reestruturação da carreira militar
custará R$ 86,85 bilhões aos cofres públicos em dez anos; e vai consumir uma
parte considerável da economia de R$ 97,3 bilhões que vai ocorrer por causa das
novas regras da Previdência das Forças Armadas.
Outra mudança significativa prevista no
PL 1645/2019 é a redução, em dez anos, de 10% do efetivo de 359,4 mil militares
no país.
Adicional de
habilitação
A proposta prevê reestruturar, ao longo de quatro anos, o adicional de remuneração mensal dos militares que realizarem cursos de aproveitamento. Esses percentuais não são cumulativos; vale o grau mais alto.
A proposta prevê reestruturar, ao longo de quatro anos, o adicional de remuneração mensal dos militares que realizarem cursos de aproveitamento. Esses percentuais não são cumulativos; vale o grau mais alto.
Como deverá ser
Altos Estudos Categoria I: de 30% para
73%
Altos Estudos Categoria II: de 25% para
68%
Aperfeiçoamento: de 20% para 45%
Especialização: de 16% para 26%
Formação: 12%
Adicional de
disponibilidade
Os militares deverão passarão a receber
percentual incidente sobre o soldo (salário) de oficiais e praças pago
mensalmente a partir de 1º de janeiro de 2020.
Como deverá ser
Coronel e subtenente (32%)
Tenente-coronel (26%)
Major e Primeiro Sargento (20%)
Capitão e Segundo Sargento (12%)
Primeiro tenente e Terceiro Sargento
(6%)
Demais militares (5%)
Ajuda de custo ao ser
transferido para a reserva
A proposta prevê um aumento da
indenização ao militar que for transferido para a reserva (a aposentadoria
militar). O valor passa de 4 para 8 vezes o valor da remuneração, paga uma
única vez. Essa ajuda de custo é paga como uma espécie de auxílio-mudança, já
que os militares muitas vezes trabalham em cidades que não são seu domicílio
normal.
Atualmente, 359,4 mil militares
integram as Forças Armadas. Há 64,7 mil na Marinha, 72 mil na Aeronáutica e
222,8 mil no Exército. A proporção do efetivo é de 55% de militares temporários
e 45% de carreira.
Como será
A proposta é reduzir o efetivo em 10%
em 10 anos, num corte de 36 mil militares – entre temporários e de carreira.
Leia a íntegra do PL 1.645/2019, que
reestrutra a carreira militar
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