General Mourão diz que Temer faz 'balcão de negócios' para governar


9 de dezembro de 2017

General Mourão

Comandante Militar do Sul, General de Exército Antonio Hamilton Martins Mourao. Foto: Divulgacao/Exercito Brasileiro ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
General Mourão (Imagem: EB)


















DE SÃO PAULO
O general do Exército Antonio Hamilton Mourão, que em setembro sugeriu que pode
 haver intervenção militar no Brasil se o Judiciário não conseguir resolver 
"o problema político", voltou a falar nesta quinta-feira (7) sobre a possibilidade de atuação
 das Forças Armadas caso haja uma situação de "caos" no país.
O militar comentou a situação brasileira para uma plateia no Clube do Exército, em Brasília,
 a convite do grupo Ternuma (Terrorismo Nunca Mais). Sua palestra, com o tema "Uma 
visão daquilo que me cerca", reuniu críticas aos governos Lula e Dilma Rousseff 
(ambos do PT) e também a Michel Temer (do PMDB).
"Não há dúvida que atualmente nós estamos vivendo a famosa 'Sarneyzação'. Nosso
 atual presidente [Michel Temer] vai aos trancos e barrancos, buscando se equilibrar, e,
 mediante o balcão de negócios, chegar ao final de seu mandato", afirmou ele.
Sobre a possibilidade de intervenção, Mourão repetiu o raciocínio que gerou repercussão
 há três meses, dizendo que a instituição poderia ter o papel de "elemento moderador e 
pacificador", agindo "dentro da legalidade".
Segundo ele, o Exército tem como missão defender a pátria e possui a democracia e a 
paz social como valores supremos.
"Se o caos for ser instalado no país... E o que a gente chama de caos? Não houver 
mais um ordenamento correto, as forças institucionais não se entenderem, terá que 
haver um elemento moderador e pacificador nesse momento [...]. Mantendo a estabilidade
 do país e não mergulhando o país na anarquia. Agindo dentro da legalidade, ou seja,
 dentro dos preceitos constitucionais, e usando a legitimidade que nos é dada pela população 
brasileira", disse.
As Forças Armadas, de acordo com ele, estão atentas "para cumprir a missão" que cabe
 a elas. "Mas por enquanto nós consideramos que as instituições têm que buscar fazer
 a sua parte."
O Exército, por meio de nota enviada à Folha, disse que "as declarações emitidas estão 
sendo objeto de análise pelo Comando da Força". O relato da palestra foi antecipado 
pelo jornal "Gazeta do Povo".
Em setembro, o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, afirmou que
 o subordinado não receberia punição pelas afirmações da época.
Hoje secretário de economia e finanças da Força, em 2015 Mourão foi exonerado do
 Comando Militar do Sul, em Porto Alegre, e transferido para Brasília após fazer críticas 
ao governo de Dilma Rousseff.

'POVINHO CONTINUA'
Ao abrir sua fala nesta quinta-feira, o militar disse que faria uma análise de conjuntura e
 que apresentaria ali sua opinião dos fatos.
Ele discorreu sobre a crise política, econômica e de valores (que ele chamou de crise
 "psicossocial") no Brasil, fazendo comparações com outros momentos históricos e países.
Numa referência às descobertas da Operação Lava Jato, o oficial disse que ter "as grandes
 empreiteiras praticamente se assenhorando do Estado" foi um exemplo de quando
 corporações desafiam os Estados nacionais.
Para Mourão, catástrofes ambientais e climáticas "passaram a nos assolar também".
 "Aqui havia aquele velho ditado: não teríamos enchentes nem furacões. Teríamos 
apenas um povinho meio complicado. Agora temos enchentes, furacões, e o povinho 
continua aí."
Ele também atacou a política econômica dos anos do governo do PT, citando iniciativas 
como a ampliação do crédito e o programa de desonerações.
Segundo ele, Lula, no segundo mandato, "sobrevivente ao mensalão, ele achou que 
podia tudo". "E as comportas foram abertas do lado da incompetência, da má gestão
 e da corrupção."
A polícia, afirmou, "vive o pior dos mundos". "Porque, se ela atua em força contra o
 bandido, ela é estigmatizada pela imprensa. E, se ela cruza os braços, ela é omissa".
Em outro momento, com tom de voz indicando ironia, o general afirmou: "A nossa
 infraestrutura logística, a maior parte dela, foi montada durante o período da cruel
 ditadura militar, aquela insana ditadura, né?".
E concluiu: "De lá para cá praticamente nada foi feito [em infraestrutura]".

CANDIDATURA
Mourão foi aplaudido sem parar durante um minuto, após falar por cerca de 45.
 Depois, ao longo de aproximadamente 50 minutos, ele respondeu a perguntas da plateia.
Diante de pedidos para se candidatar, o oficial respondeu: "Eu apenas digo uma coisa:
 não há portas fechadas na minha vida". O militar disse que seu domicílio eleitoral 
é em Brasília e que passará para a reserva em 31 de março do ano que vem. 
Depois  disso, deverá morar no Rio de Janeiro.
Militares da ativa são impedidos de participar de atividades político-partidárias
. Para Mourão, a obrigação de se licenciar para concorrer a cargo eletivo é "saudável".
Ele disse ter fé de que a Justiça irá brecar a candidatura do ex-presidente Lula em 2018 
—o petista foi condenado pelo juiz Sergio Moro no caso do tríplex de Guarujá (SP)
 e pode ter a candidatura inviabilizada se a segunda instância confirmar a decisão.
Questionado sobre o presidenciável Jair Bolsonaro (PSC-RJ), que é militar da reserva 
do Exército, Mourão afirmou que o deputado federal "é um homem que não tem 
telhado de vidro, não esteve metido nessas falcatruas e confusões".
"Ele terá que se cercar de uma equipe competente. [...] Obviamente, nós, seus 
companheiros, dentro das Forças, olhamos com muito bons olhos a candidatura do
 deputado Bolsonaro."
Ao fim do evento, o palestrante foi tietado por pessoas da plateia —muitas delas militares
 e familiares— e posou para fotos.
Uma das presentes, destacou o general ao microfone no início de sua fala, era Joseita
 Ustra. Viúva do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra (um dos símbolos da 
repressão durante o regime militar), ela foi descrita pelo palestrante como "uma lutadora, 
uma grande mulher".

Comentários

  1. O Brasil está sem comando!O Estado Brasil está sem comando! O próprio Gen Ex Villas Bôas já afirmou que o Brasil está à "deriva"! Instituições judiciárias a serviço do crime político-empresarial organizado e do criminoso.Parlamento,um covil de canalhas safados! Executivo saqueando o país e distribuindo dinheiro público para se manter no cargo! Como é possível o CMT do EB afirmar ,com o conhecimento privilegiado de tudo,sobre tudo e sobre todos os vagabundos ,travestidos de autoridades,que ele,o General,detém,como é possível,repito,ele afirmar que "As instituições estão funcionando, perfeitamente"? Ao afirmar tal absurdo,ele afronta a inteligência das pessoas instruídas e bem informadas.Jamais ele deveria ter dito aquela frase histórica tão mal colocada , inoportuna , infeliz e inverídica...Todos sabemos que o Brasil tem sido arrombado,a céu de brigadeiro,por quadrilhas e organizações criminosas ,por quase todos os partidos políticos e grandes empresários,há décadas.Palavras gravadas ,na Lava-Jato ,do empresário mais safado,descarado e pilantra já visto ,no saqueado Brasil, Emílio Odebrecht,afirmando ,na presença do Dr Sérgio Moro ,de o que a roubalheira tem trinta anos , consecutivos,no Brasil.Cínico e vagabundo...Por causa daquele criminoso, ordinário e bandido ,nossas crianças são subnutridas,analfabetas funcionais e futuros escravos - salários de fome-nas próprias organizações Odebrecht.Um lixo humano que deveria ser preso e as chaves jogadas ao mar!!!

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  2. Este general quer uma boquinha na política e só. Se graduado votasse em graduado, teríamos uma boa representação no congresso!Não voto em coronéis e muito menos em generais.

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