Mulheres na carreira bélica das Forças Armadas .

Brasília, 16/09/2016 – A abertura de vagas para o sexo feminino
para o ensino bélico do Exército Brasileiro atraiu 7,7 mil candidatas,
 média de 192,5 por vaga, o que sinaliza uma disputa bastante acirrada.
A este total somam-se os 21,3 mil homens que também concorrem à Escola
 Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx), a porta de entrada para
 a carreira de oficial combatente da Força Terrestre.
No concurso, a primeira etapa foi vencida nos dias 10 e 11 deste mês,
quando todos os candidatos foram submetidos às provas teóricas, nas
 disciplinas de português, redação, física, química, matemática,
geografia, história e inglês. Após todo processo de correção e
 publicação de resultados, serão conhecidos os aprovados para
a segunda fase, em janeiro de 2017, que constitui a realização da
 inspeção de saúde e do exame de aptidão física (abdominal,
flexão de braço e corrida).

Foto: Divulgação EsPCEx
O concurso deste ano foi considerado o maior da história da EsPCEx
O concurso deste ano foi considerado o maior da história da EsPCEx
A disputa engloba 40 vagas para mulheres e 400 para homens que, ao
serem selecionados, passarão um ano na EsPCEx, em Campinas(SP).
 Concluído este período, os aprovados seguirão para a Academia Militar
 das Agulhas Negras (AMAN),  em Resende (RJ). Após quatro anos,
as primeiras mulheres do Serviço de Intendência e do Quadro de
Material Bélico sairão aspirantes a oficiais do Exército, caminho
para alcançar o generalato.
E, nesta batalha por uma das 40 vagas, está a aluna do Colégio Militar
de Brasília (CMB), Mônica de Souza Moreira, de 18 anos. Ela disse que
desde a infância pensava em ser militar. Mônica realizou um curso
preparatório no próprio colégio e mudou sua rotina de estudos.
“Quando entrava no colégio, chegava, assistia às aulas normais,
almoçava na escola, e à tarde tinha o curso”, comentou a aluna.
Mônica espera que a carreira militar venha complementar os
ensinamentos que adquiriu no Colégio Militar e incentivar outras
 meninas a fazer o concurso, não só da EsPCEx, mas de outras escolas
 militares. O maior desafio, segundo assinalou, vai ser a distância
 de sua família, pois o curso na EsPCEx funciona em regime de internato.

Foto: Adriana Fortes/MD
Mônica e Natália representam as jovens que sonham com a carreira militar
Mônica e Natália representam as jovens que sonham com a carreira militar
Natália Pim, 17 anos, também aluna do CMB e uma das candidatas, escolheu
participar do concurso, pois considera que as escolas militares preparam
os seus oficiais não só de forma intelectual, mas também pessoal. “Além
de eu ter uma formação profissional muito boa, vou desenvolver o lado
pessoal como nunca vivi antes”, afirmou a aluna. Para ela, só assistir aulas
não foi o suficiente na preparação, e, por isso, incluiu exercícios diferentes
na sua rotina, principalmente nos estudos de português e matemática,
disciplinas exigidas na prova teórica.
A candidata também procurou se preparar para a segunda fase do
concurso, ou seja, a prova física. “Além de todo preparo mental,
você tem que ter um preparo físico, então me dediquei mais à academia,
 corrida, pois não adianta passar na prova escrita e não passar na física.
E cuidar da saúde também” comentou.Ela considera que, entrando na escola,
será bastante cobrada, pois a experiência será diferente e poderá aprender
 muito. “Meu maior sonho é ver minha avó na AMAN, quando estiver me
tornando aspirante”, contou Natália.

Foto: Divulgação EsPCEx
A EsPCEx completou 76 anos de existência
A EsPCEx completou 76 anos de existência
Para receber o grupo de mulheres, a EsPCEx teve que se adaptar à 
nova realidade. Segundo o coronel Gustavo Henrique Dutra de Menezes,
 comandante da escola, a infraestrutura passou por quatro grandes obras:
alojamentos, seção de saúde, seção de treinamento físico militar e
almoxarifado. O regulamento também sofreu modificações, como as
normas gerais de conduta, entre elas a apresentação individual das alunas,
 que deverá seguir o Regulamento de Uniformes do Exército (RUE).
“Todos os cuidados e as adaptações necessárias para receber as alunas
foram realizados”, afirmou o coronel Dutra.
Já a AMAN também tem sua infraestrutura adequada para a chegada das
 primeiras mulheres. Este processo deve ser concluído ao longo do próximo ano.
Mulheres nas Forças Armadas
A Marinha e a Aeronáutica foram pioneiras na inserção de mulheres na linha
 bélica. Em 2013, a Marinha abriu vagas no concurso da Escola Naval.
Engenheiras e intendentes podem chegar até o posto de vice – almirante.
A primeira a alcançar um posto de oficial general foi a contra- almirante
 Dalva Maria de Carvalho Mendes, nomeada em 2012.

Foto: Felipe Barra/MD
A essência da formação marinheira está na Escola Naval
A essência da formação marinheira está na Escola Naval
“Acredito também que mais mulheres se sentiram motivadas a ingressar
 na Força após minha ascensão ao generalato. Esse fato demonstra,
na prática, que a promoção é uma decorrência normal da carreira militar
independente de gênero, pois está pautada na meritocracia, critério
utilizado na avaliação de todos os oficiais”, ressaltou a almirante sobre
 a carreira.

Foto: divulgação Força Aérea
Mulheres integram os esquadrões brasileiros de aviação
Mulheres integram os esquadrões brasileiros de aviação
A Aeronáutica é a que contempla, hoje, o maior número de mulheres
– cerca de 10 mil, dentre as de carreira e temporárias. As primeiras
alunas da Academia da Força Aérea (AFA), sediada em Pirassununga
 (SP), entraram em 2003. Formadas em 2006, as oficiais aviadoras
poderão ser promovidas a tenente-brigadeiro em 2046.
A carreira militar nas Forças Armadas passou a ser uma alternativa
no mercado de trabalho para as mulheres. Dentre os fatores para essa
demanda estão a perspectiva de ascensão funcional, a estabilidade da
 profissão, o respeito e a organização das instituições militares, e a
 própria vocação militar.
Assessoria de Comunicação Social (Ascom)
Ministério da Defesa/UNPP
61 3312-4071

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