Deputado 'pede a cabeça' do comandante do CIGS
29 de junho de 2016
Morte da onça Juma: deputado 'pede a cabeça' do comandante do CIGS
Deputado pede a demissão de responsável por onça morta após passagem da tocha olímpica
Em
meio à comoção com a morte da onça Juma, executada na última
segunda-feira após a passagem da tocha olímpica por Manaus (AM), o
deputado federal Ricardo Tripoli (PSDB-SP) pediu ao ministro da Defesa,
Raul Jungmann, a demissão do comandante responsável pelo felino. O
ofício foi protocolado na tarde desta quarta-feira.
No documento, o deputado, que é Coordenador da Frente Parlamentar
Ambientalista, pede o imediato afastado do comandante do Centro de
Instrução de Guerra na Selva (CIGS), Alcimar Marques de Araújo Martins.
Tripoli solicitou ainda a promulgação de normativa que proíba a exibição
de animais silvestres em eventos de quaisquer natureza.
O revezamento da tocha olímpica passou por diversos locais de Manaus,
entre eles o centro responsável por qualificar militares a atuarem em
regiões inóspitas da Amazônia. Lá, Juma foi exibida ao público
acorrentada. Após o evento, o animal tentou fugir e acabou abatido.
Em nota, o Exército afirmou que tentou, sem sucesso, conter a onça com
tranquilizantes, e que, mesmo sedada, ela tentou atacar um militar.
“Como procedimento de segurança, visando proteger a sua integridade
física e da sua equipe, o próprio militar realizou um disparo de pistola
para contê-la”, afirmou a instituição.
O Comitê Rio-2016 admitiu o erro. “Erramos ao permitir que a tocha
Olímpica, símbolo da paz e da união entre os povos, fosse exibida ao
lado de um animal selvagem acorrentado. Essa cena contraria nossas
crenças e valores. Estamos muito tristes com o desfecho que se deu após a
passagem da tocha. Garantimos que não veremos mais situações assim nos
Jogos Rio 2016″, disse, também por meio de nota.
No ofício encaminhado a Jungmann, o coordenador da frente ambientalista
também condenou o uso do animal na cerimônia. “A exposição da onça Juma,
em evento de cunho olímpico e de visibilidade internacional,
acorrentada e acuada, por si só já representou um afronta aos preceitos
éticos, à vida e à biodiversidade. O trágico desfecho terminou por
demonstrar o quão distantes estão as autoridades ambientais de seu
escopo maior”, disse Tripoli. (Edição: Montedo.com)
Veja/UNPP
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