Para comandante, Exército ‘acredita nas instituições' .
21 de Abril, 2016 -
Terrestre
Comandante do Exército
Tânia Monteiro
Na mensagem do Dia do Exército, comemorado ontem, o comandante da Força, general Eduardo Villas Bôas, disse acreditar no funcionamento das instituições.
Segundo ele, o Exército, "na condição de instituição de Estado, em meio à crise que assola o País, norteia-se pela preservação da estabilidade e da paz social, pela crença de serem condições essenciais para que as instituições, no exercício legítimo de suas competências, delineiem os rumos a seguir".
O general destacou que "nos dias de hoje", o Exército "não se deixa abater pelas dificuldades materiais impostas por restrições orçamentárias e salários defasados, que não condizem com a nobreza da profissão".
Ele disse ainda que as Forças Armadas possuem altos "índices de confiabilidade e credibilidade" conferidos pela população do País e que o Exército é feito "de brasileiros portadores da simplicidade própria dos que têm a vocação de servir e da grandeza dos que se orgulham da profissão de soldado".
Apesar de ser a principal data do Exército, nem a presidente Dilma Rousseff, nem o vice Michel Temer compareceram à solenidade, que foi comandada pelo ministro da Defesa, Aldo Rebelo. Em seu discurso, Rebelo, ressaltou que esta era a celebração "da data magna de uma instituição que, assim como a Marinha e a Aeronáutica, é desprovida de qualquer busca por protagonismo fácil no cenário político institucional".
Dilma encaminhou uma mensagem destacando que "as brasileiras e brasileiros sabem que podem contar com o Exército brasileiro". "Saibam que o País é extremamente grato a vocês pela permanente demonstração de abnegação, de confiabilidade e de eficiência no cumprimento do seu dever constitucional."
Ver mesagem da Presidente Dilma: "País é extremamente grato a vocês, diz Dilma sobre Dia do Exército" [Link]
Mensagem na integra do Comandante do Exército, General Villas Boas, por ocasião do aniversário da Primeira Batalha dos Guararapes e do Dia do Exército Brasileiro
- A segurança coletiva dos agrupamentos humanos evoluiu com o tempo, da tarefa de proteger a vida e a liberdade para incorporar a guarda dos laços psicológicos coletivos, sínteses do sentimento de nacionalidade, semente sagrada que faz germinar, simultaneamente, a nação e o seu exército.
Em nossa história, o episódio de Guararapes reflete emblematicamente esse processo. Em 1645, os líderes luso-brasileiros da Insurreição Pernambucana, inconformados com a presença holandesa na costa nordestina, haviam firmado o compromisso de lutar pela expulsão dos invasores e lançaram um manifesto:
“Nós, abaixo assinados, nos conjuramos, e prometemos, em serviço da liberdade, não faltar a todo o tempo que for necessário, com toda a ajuda de fazendas e pessoas, contra qualquer inimigo, em restauração da nossa pátria (...)”
Pela primeira vez, o termo Pátria era utilizado na então colônia, expressando a identidade de propósito que os unia.
Pátria, que no dizer de Rui Barbosa “é o céu, o solo, o povo, a tradição, a consciência, o lar, o berço dos filhos e o túmulo dos antepassados”. Pátria, vocábulo encontrado uma única vez na Constituição Federal, significativamente associado à existência e à destinação das Forças Armadas.
Pátria, cujo significado vê-se frequentemente esquecido na dinâmica dos processos em que se debate o país.
A epopeia dos Guararapes, que hoje celebramos, amalgamou negros, brancos e índios, grupos étnicos matrizes de nosso povo, em torno do nascente sentimento de nacionalidade que os lançou, de armas em punho, a defender aquela terra que já identificavam e amavam como a sua pátria.
Produzia-se, naquele longínquo 1648, o fato seminal da brasilidade, e com ele surgia o jeito brasileiro de fazer a guerra, as chamadas Guerras Brasílicas, que foi capaz de superar, com denodo e engenho, uma das maiores potências militares do Século XVII.
Ali nascia o Exército Brasileiro.
De que é feito esse exército?
É feito da têmpera de seus heróis, desde João Fernandes Vieira, André Vidal de Negreiros, Felipe Camarão e Henrique Dias, em Guararapes, passando pelos que derramaram o sangue na Guerra da Independência, nas revoluções do período regencial, nas lutas no Prata, em Caiena, em Tuiuti, em Monte Castelo, em Canudos e Contestado, no Acre, no Haiti, na pacificação de comunidades carentes das grandes cidades e na disposição de fazê-lo novamente, sempre que a Pátria o exigir.
É feito do protagonismo nos episódios delineadores da trajetória histórica do país.
É feito do espírito democrático com que combateu os totalitarismos do Século XX.
É feito dos exemplos de seus patronos e da têmpera de estadista e soldado de Caxias.
É feito do suor dos que, desde sempre, contribuem para o desenvolvimento do país.
É feito do espírito humanitário dos que, desde os tristes episódios das endemias do início do século passado, arriscam suas saúdes, e mesmo a vida, no combate aos vetores de propagação.
É feito da solidariedade que o anima a distribuir água a quatro milhões de compatriotas afligidos pela seca no Nordeste e dos que proporcionam o atendimento de necessidades básicas aos moradores de áreas remotas da Amazônia.
É feito do sentimento de responsabilidade dos que protegem o meio ambiente e os irmãos indígenas.
É feito dos que vigiam os 17 mil quilômetros de fronteiras, garantindo a integridade territorial e que, ao mesmo tempo, coíbem os ilícitos que afligem a população dos grandes centros.
É feito do processo de modernização e transformação, em que ciência e tecnologia são agregadas como multiplicadores das capacidades necessárias ao Exército de um Brasil potência.
É feito dos que se preparam para atuar nos jogos olímpicos, motivados pelo mesmo entusiasmo e esmero com que garantiram o sucesso dos grandes eventos anteriores.
É feito dos valores essenciais da nacionalidade brasileira, guardados zelosa e tenazmente como chama sagrada.
É feito de brasileiros portadores da simplicidade própria dos que têm a vocação de servir e da grandeza dos que se orgulham da profissão de soldado.
É feito dos índices de confiabilidade e credibilidade com que a Nação o identifica, junto com a Marinha e a Força Aérea.
Esse é o Exército Brasileiro, que nos dias de hoje não se deixa abater pelas dificuldades materiais impostas por restrições orçamentárias e salários defasados, que não condizem com a nobreza da profissão.
Exército que, na condição de instituição de Estado, em meio à crise que assola o país, norteia-se pela preservação da estabilidade e da paz social, pela crença de serem condições essenciais para que as instituições, no exercício legítimo de suas competências, delineiem os rumos a seguir.
Exército único e invicto, “O Exército da Nação Brasileira.”
Brasilia, DF, 19 de abril de 2016
General de Exército Eduardo Dias da Costa Villas Bôas
Comandante do Exército
General de Exército Eduardo Dias da Costa Villas Bôas
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