Vídeo mostra homem ameaçando atear fogo em juíza no Fórum Butantã .
Imagem de agressor com juíza, feita por testemunha, circula via WhatsApp.
Invasor foi preso por policiais militares por ameaçar magistrada em SP.
Um vídeo de 30 segundos que circula por meio do aplicativo WhatsApp mostra o homem que invadiu o Fórum Butantã, na Zona Oeste de São Paulo, ameaçando atear fogo na juíza que ele manteve refém na tarde de quarta-feira (30). O Bom Dia São Paulo exibiu trecho dessa gravação nesta quinta-feira (31) (veja o vídeo acima).
Outras imagens também circulam por meio de celulares mostrando o momento da prisão do agressor.
A filmagem da ameaça foi feita por celular por um policial militar, atendendo uma das exigências de Alfredo José dos Santos, que segurava a juíza Tatiane Moreira Lima, da Vara de Violência Doméstica, pelo pescoço. Ela foi mantida refém por cerca de 20 minutos.
O agressor, que teria cursado ensino técnico em química, havia jogado líquido inflamável nele e em Tatiane e ameaçava acender um isqueiro. Ele foi preso pela Polícia Militar (PM) quando se distraiu com a gravação.
A filmagem da ameaça foi feita por celular por um policial militar, atendendo uma das exigências de Alfredo José dos Santos, que segurava a juíza Tatiane Moreira Lima, da Vara de Violência Doméstica, pelo pescoço. Ela foi mantida refém por cerca de 20 minutos.
O agressor, que teria cursado ensino técnico em química, havia jogado líquido inflamável nele e em Tatiane e ameaçava acender um isqueiro. Ele foi preso pela Polícia Militar (PM) quando se distraiu com a gravação.
Por conta do incidente, o Fórum ficará fechado nesta quinta-feira (31). Todas as audiências agendadas foram canceladas e serão remarcadas. De acordo com Tribunal de Justiça (TJ), "se constatadas falhas, medidas corretivas serão tomadas de imediato".
O G1 não conseguiu confirmar se Alfredo constituiu advogado para defendê-lo. A equipe de reportagem também não localizou Tatiane para comentar o assunto.
saiba mais
Alfredo responde na Justiça por agressão à sua mulher, em 2013. Ele estaria sujeito à Lei Maria da Penha, que protege mulheres vítimas de violência ou ameaças.
O homem, que dizia nas imagens ser inocente, tinha uma audiência marcada com a juíza às 14h. Segundo policiais ouvidos pela equipe de reportagem, o invasor estaria insatisfeito com a magistrada, que teria tirado dele a guarda do filho. Os agentes contaram que o agressor estava visivelmente abalado psicologicamente.
“Tá filmando isso aí?”, indagou Alfredo para os policiais, enquanto mantinha a magistrada refém. “Coloca na televisão”.
O homem, que dizia nas imagens ser inocente, tinha uma audiência marcada com a juíza às 14h. Segundo policiais ouvidos pela equipe de reportagem, o invasor estaria insatisfeito com a magistrada, que teria tirado dele a guarda do filho. Os agentes contaram que o agressor estava visivelmente abalado psicologicamente.
“Tá filmando isso aí?”, indagou Alfredo para os policiais, enquanto mantinha a magistrada refém. “Coloca na televisão”.
As cenas não mostram, no entanto, a prisão do homem, que carregava uma mochila com artefatos suspeitos e garrafas com líquido inflamável, como gasolina e querosene. De acordo com policiais, dentro também estaria um dinossauro e uma arma de brinquedos, além de um capacete militar com a inscrição 'inocente'. Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), Alfredo foi levado ao Hospital Universitário e liberado do atendimento médico.
Em seguida, passou por uma delegacia, onde poderia ser indiciado por tentativa de homicídio e outros crimes. O boletim de ocorrência foi registrado no 51º Distrito Policial (DP), no Butantã, onde o delegado Milton Toschi confirmou a prisão em flagrante do homem por ter jogado líquido inflamável na juíza.
Após a elaboração do Boletim de Ocorrência, ele seria transferido ao 91º DP, Ceasa. A juíza foi levada ao Hospital Albert Einstein e liberada. Policiais disseram que o agressor dizia que 'juiz não é Deus'.
Após a elaboração do Boletim de Ocorrência, ele seria transferido ao 91º DP, Ceasa. A juíza foi levada ao Hospital Albert Einstein e liberada. Policiais disseram que o agressor dizia que 'juiz não é Deus'.
O caso
O crime aconteceu por volta das 13h30. Segundo policiais, Alfredo invadiu o Fórum do Butantã correndo pela saída, sem passar pelo detector de metais e pela segurança. Ele subiu as escadas ateando fogo no piso.
O crime aconteceu por volta das 13h30. Segundo policiais, Alfredo invadiu o Fórum do Butantã correndo pela saída, sem passar pelo detector de metais e pela segurança. Ele subiu as escadas ateando fogo no piso.
Um segurança chegou a atirar na direção do invasor, mas o disparo teria atingido a parede. Sem ser barrado, Alfredo correu até o gabinete da juíza, a agarrou pelo pescoço e despejou um produto químico nela.
Quando seguranças do fórum chegaram à sala, Alfredo segurava a juíza pelo pescoço. Após negociação com a polícia, ele exigiu que as pessoas na sala filmassem ele segurando a magistrada. Pedia para que ela dissesse que ele não era louco e era inocente. Também pediu que chamassem a TV. A gravação foi feita por um policial.
Veja abaixo o diálogo gravado por celular:
Alfredo José dos Santos - “Tá filmando isso aí?”
PM1 – “Tá.”
Alfredo – “Coloca na televisão.”
PM 1 - “Calma, calma, calma. Tenha calma, pô! Eu quero te ajudar, pô!”
Alfredo - “Quero a televisão aqui, agora.”
PM 1 - “Já pedimo (sic), tá vindo.”
PM 2 – “Tá vindo.”
PM 1 - “Tô sem arma, pô. Fica calmo.”
Alfredo - “Só um minutinho. Peraí, peraí. Eu sou louco?”
PM 1 - “Ninguém quer te prejudicar ”
Alfredo - “Fala para eles bem alto. Eu sou louco?
PM1 – “Ela é inocente.”
Juíza Tatiane Moreira Lima – “Você não é louco.”
Alfredo – “Pera só um pouquinho... Três vezes.”
Juíza – “Você não é louco.”
Alfredo - “Mais uma!”
Juíza – “Você não é louco.”
Alfredo - “Sou culpado de algum crime?”
Juíza – “Não. Nenhum crime.”
PM 1 – “Tenha calma.”
Alfredo – “Vocês ouviram?”
Juíza – “Nenhum crime.”
Alfredo – “Vocês ouviram?”
PM 1 – “Tá filmando.”
Alfredo – “Tá filmando isso aí?”
PM – “Tá.”
Alfredo – “Coloca na televisão.”
PM1 – “Tá.”
Alfredo – “Coloca na televisão.”
PM 1 - “Calma, calma, calma. Tenha calma, pô! Eu quero te ajudar, pô!”
Alfredo - “Quero a televisão aqui, agora.”
PM 1 - “Já pedimo (sic), tá vindo.”
PM 2 – “Tá vindo.”
PM 1 - “Tô sem arma, pô. Fica calmo.”
Alfredo - “Só um minutinho. Peraí, peraí. Eu sou louco?”
PM 1 - “Ninguém quer te prejudicar ”
Alfredo - “Fala para eles bem alto. Eu sou louco?
PM1 – “Ela é inocente.”
Juíza Tatiane Moreira Lima – “Você não é louco.”
Alfredo – “Pera só um pouquinho... Três vezes.”
Juíza – “Você não é louco.”
Alfredo - “Mais uma!”
Juíza – “Você não é louco.”
Alfredo - “Sou culpado de algum crime?”
Juíza – “Não. Nenhum crime.”
PM 1 – “Tenha calma.”
Alfredo – “Vocês ouviram?”
Juíza – “Nenhum crime.”
Alfredo – “Vocês ouviram?”
PM 1 – “Tá filmando.”
Alfredo – “Tá filmando isso aí?”
PM – “Tá.”
Alfredo – “Coloca na televisão.”
Ao término da gravação acima, ele foi detido pelos policiais, rendido e preso. A juíza acabou libertada. Essa ação da prisão também foi filmada. Um vídeo de 1 minuto e 50 segundos mostra policiais aproveitando um momento de distração do agressor e avançam sobre ele, o imobilizando. Em seguida, um extintor é jogado para impedir que ele ateasse fogo na vítima.
"Eu sou inocente, eu sou inocente", dizia Alfredo aos policiais que o algemavam.
"Ele [o agressor] falou que tá cheio de coisa aí dentro", disse em seguida um policial, se referindo a possíveis produtos inflamáveis colocados no fórum.
"Eu sou inocente, eu sou inocente", dizia Alfredo aos policiais que o algemavam.
"Ele [o agressor] falou que tá cheio de coisa aí dentro", disse em seguida um policial, se referindo a possíveis produtos inflamáveis colocados no fórum.
Gate
Segundo técnicos da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) e bombeiros, o produto jogado pelo homem na magistrada seria químico. No entanto, eles não souberam afirmar qual seria especificamente o material.
Por conta do incidente, o fórum passou a tarde de quarta-feira fechado e cercado pela polícia. O Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate), da PM, foi acionado para fazer uma varredura no local e verificar a possibilidade de explosivos. Caminhões do Corpo de Bombeiros e equipes da PM também foram deslocados.
A área foi liberada por volta das 19h20 de quarta-feira, quando o Gate deixou o fórum levando um artefato suspeito de ser uma bomba caseira.
Segundo técnicos da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) e bombeiros, o produto jogado pelo homem na magistrada seria químico. No entanto, eles não souberam afirmar qual seria especificamente o material.
Por conta do incidente, o fórum passou a tarde de quarta-feira fechado e cercado pela polícia. O Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate), da PM, foi acionado para fazer uma varredura no local e verificar a possibilidade de explosivos. Caminhões do Corpo de Bombeiros e equipes da PM também foram deslocados.
A área foi liberada por volta das 19h20 de quarta-feira, quando o Gate deixou o fórum levando um artefato suspeito de ser uma bomba caseira.
Magistrados
Por meio de nota, a Associação Paulista de Magistrados (Apamagis) manifestou "integral apoio e solidariedade à nossa colega juíza da Vara de Violência Doméstica, do Foro Regional do Butantã, alvo, nesta data, de grave e inusitado atentado, praticado provavelmente por pessoa que estava sob a sua jurisdição, que invadiu o prédio público munido de líquido inflamável fazendo a magistrada de refém".
Por meio de nota, a Associação Paulista de Magistrados (Apamagis) manifestou "integral apoio e solidariedade à nossa colega juíza da Vara de Violência Doméstica, do Foro Regional do Butantã, alvo, nesta data, de grave e inusitado atentado, praticado provavelmente por pessoa que estava sob a sua jurisdição, que invadiu o prédio público munido de líquido inflamável fazendo a magistrada de refém".
Os membros da Associação informaram ainda que "repudiam qualquer ato de violência e reiteramos a necessidade de que os membros da Magistratura tenham proteção contra atos que atentem contra sua integridade física, coloquem em risco suas vidas e afetem diretamente o Poder Judiciário. Essa proteção só se efetivará quando da criação de uma política nacional de segurança eficaz aos magistrados".
De acordo com a nota da Apamagis, um "Poder Judiciário forte e independente é o pilar de sustentação do Estado Democrático de Direito e seus integrantes devem ter total proteção do Estado para o desempenho do exercício de suas funções".
A Associação finalizou o comunicado informando que "confia nas autoridades na célere e eficaz apuração destes fatos ocorridos no Foro Regional do Butantã e desde já agradece as manifestações de solidariedade de outras instituições ligadas à Justiça".
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