Comandante do Exército diz contar com o General Mourão para buscar "a reposição salarial"

27 de janeiro de 2016


Comandante do Exército diz contar com o General

Comandante do Exército diz que crise restringe atividades do dia a dia
FELIPE BÄCHTOLD
DE PORTO ALEGRE
O comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, disse nesta terça-feira (26)
 que a crise econômica e as restrições orçamentárias devem afetar as atividades
desenvolvidas pela corporação neste ano, como a segurança nas fronteiras.
Ele também defendeu aumento na remuneração dos militares, que classificou como
 "merecida e necessária".
As declarações foram dadas na cerimônia de posse do comandante militar do Sul,
em Porto Alegre.
Em discurso, Villas Bôas afirmou que o país atravessa um período "difícil", de
incertezas econômicas, e que os problemas "materiais" exigirão esforço redobrado.
"Em função da crise econômica, viveremos grandes dificuldades materiais, do ponto
de vista orçamentário e do ponto de vista salarial", disse.
A jornalistas ele citou como um dos trabalhos possivelmente afetados um sistema de
 monitoramento de fronteiras, sem o qual pode haver efeitos na segurança pública em
grandes centros urbanos.
"Pode provocar interrupção de projetos, com enorme prejuízo à continuidade e de perda
 de tecnologia. Também há restrições no nosso funcionamento no dia a dia, em um ano
 que teremos muito encargos previstos e outros que virão, como o combate ao zika vírus."
Ao falar sobre o general Antônio Hamilton Mourão, que deixou o cargo de 
comandante militar do Sul para assumir as finanças do Exército, Villas Bôas 
disse que quer contar com a capacidade do colega para buscar "a reposição
salarial" e novas fontes de receita.
O novo comandante do Sul, Edson Leal Pujol, também comentou as restrições
orçamentárias, que, para ele, atingem "o funcionamento e o dia a dia das unidades".
"E também o adestramento, o preparo e a prontidão dos nossos equipamentos e
das pessoas para o cumprimento das nossas missões. Isso por si só é um grande
 desafio."

TROCA POLÊMICA
A troca no Comando Militar do Sul foi definida em outubro do ano passado, em decreto
 da presidente Dilma Rousseff. À frente da unidade à época, o general Mourão afirmou
 que a "maioria dos políticos domina a técnica de apresentar grandes ilusões".
Questionado sobre o episódio, ele afirmou que, na ocasião, alguns aspectos de uma
 palestra interna foram "pinçados" e divulgados. Mas disse que sua saída do cargo
 foi "normal", já que estava prestes a completar dois anos no cargo, período médio de
 permanência.
Em um discurso de despedida, lembrou que assumiu o cargo em 31 de março de 2014
 e chamou o dia de "bela data". Foi em 31 de março de 1964 que o Exército derrubou
o presidente João Goulart, iniciando a ditadura militar.
Na entrada do evento, seis pessoas fizeram um protesto defendendo intervenção militar.
O deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ), conhecido por defender o regime militar, foi
a Porto Alegre acompanhar a cerimônia. Ele posou para fotos com militares, mas não
discursou. À tarde, o deputado participou de um evento na Assembleia gaúcha e foi
hostilizado por grupos de estudantes. (R. A.)
Folha de São Paulo/UNPP

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