Médicos e enfermeiros são treinados para os Jogos Olímpicos .
Jogos Olímpicos:
Agentes de saúde têm preparação para agir em possíveis ataques bioterroristas
A última turma, de 1.200 servidores, formada na Fiocruz na sexta-feira, está apta a enfrentar situações de emergência provocadas por substâncias que podem ser dispersas por aerossóis, explosivos, líquidos ou pós, no ar ou na água, disseminando vários tipos de doenças.
Coordenadora do Núcleo de Biossegurança da Escola
Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca, da Fiocruz, Telma Abdalla de
Oliveira Cardoso é uma das responsáveis pela capacitação dos
profissionais de saúde e de segurança em ameaças biológicas. O
treinamento é sigiloso. Ela explica que a capacitação dos profissionais
da área — que é sigilosa — é fundamental para a identificação precoce de
sintomas, as vulnerabilidades sociais e ambientais e a susceptibilidade
para cada doença.
“Devem estar informados e vigilantes
porque, provavelmente, serão os primeiros a identificar, tratar e
controlar as situações emergenciais”, recomenda.
O
Ministério da Saúde garantiu, em nota, ter desenvolvido plano de
contingência para acidentes com produtos químicos, biológicos,
radiológicos e nucleares. Em caso de ameaça em QBRN, incidente ou ataque
desta natureza, as ações de detecção, descontaminação, apoio ao
atendimento de saúde e remoção por meios aéreos serão coordenadas pelo
Ministério da Defesa.
Ação comum em grandes eventos
A
tarefa de proteger contra atentados terroristas, já que o país receberá
visitantes de mais de 200 nações, obedecerá a protocolos
internacionais. São medidas adotadas preventivamente em locais que
sediam grandes eventos internacionais, como é o caso do Brasil em relação à Olimpíada 2016.O efetivo recebe instruções de especialistas da Agência Internacional de Energia Atômica e da Organização para Proibição de Armas Químicas. Só o Exército, já treinou mais de 500 militares especificamente para os Jogos. E tem equipamentos importantes, únicos na América Latina.
O jornalista Marcelo Rech, estudioso do terrorismo, diz que o Brasil pode ser considerado como vulnerável, pois não tem lei ainda que tipifique esse tipo crime.
Já a coordenadora do Mestrado em Biotecnologia da Universidade Positivo, de Curitiba (PR), garante que, a exemplo de potências como Rússia, Estados Unidos e Japão, o Brasil vai precisar ainda contar com laboratórios seguros, com instalações bem preparadas e mais vacinas.
Aplicativo para monitoramento e dicas de cuidados
O Ministério da Saúde também desenvolve um aplicativo de vigilância participativa com a ONG americana Skoll Global Threats Fund, que reúne esforços para erradicar pandemias na era moderna. A ferramenta possibilitará o monitoramento dos eventos em saúde, e dicas de cuidados e serviços próximos.
A atenção está voltada para aeroportos, usina nucleares de Angra dos Reis e para as 158 principais instalações de competição e hospedagens de delegações no Rio e nas cinco sub-sedes olímpicas: Amazonas, Bahia, Distrito Federal, Minas Gerais e São Paulo.
O treinamento dos médicos e outros profissionais da área de saúde é importante, devido à falta de experiência, no Brasil, em lidar com produtos e reações usadas em outros países. O alerta está voltado especialmente para as chamadas ‘bombas sujas’, com elementos como Antraz e outros que podem causar botulismo (intoxicação alimentar), ricina, varíola, tularemia, brucelose, peste bubônica e ebola, entre outros.
O DIA/UNPP
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