Exército vai apurar discriminação de jovem transgênera .

28 de setembro de 2015

Exército vai apurar discriminação 

Laís Martins
iG São Paulo
Um caso de discriminação de uma menor de idade transsexual dentro de um quartel de São Paulo será investigado pelo Exército. Na última quarta-feira (23), Marianna Lively, de 17 anos, foi a um quartel para resolver pendências referentes ao alistamento militar obrigatório. Um soldado fotografou a jovem nas dependências do Exército e divulgou suas fotos em redes sociais.
Por meio de nota, o Exército admitiu ter conhecimento do caso, "que envolveu a divulgação, sem autorização, das informações da pessoa em questão" e diz já ter tomado "as medidas administrativas necessárias para o esclarecimento do ocorrido e os envolvidos serão responsabilizados por suas ações."
Embora Marianna seja uma jovem transgênera, isso não a exclui do processo de alistamento militar.
O soldado que atendeu a jovem, que havia ido ao quartel para resolver pendências referentes ao 
O soldado que atendeu a jovem, que havia ido ao quartel para resolver pendências referentes ao alistamento militar, divulgou as fotos da garota no WhatsApp e no Facebook
A jovem diz que foi tratada com respeito e educação enquanto esteve no quartel, conforme relato publicado em seu perfil no Facebook. No entanto, a partir das 14h do mesmo dia teria começado a receber telefonemas, procurando-a pelo seu nome de registro, David.
Alguns faziam piadas inapropriadas, enquanto outros diziam ter gostado dela, deixando o número para que Marianna entrasse em contato.
Foi somente mais tarde, por volta das 22h, quando uma amiga de Marianna a avisou que fotos suas dentro das dependências do quartel circulavam pelo Facebook e WhatsApp, que a jovem relacionou os fatos. As fotos haviam sido tiradas pelo soldado que a atendeu no quartel.
No dia seguinte (24), a jovem voltou ao quartel a fim de buscar esclarecimentos com o capitão da base. Embora ele tenha pedido desculpas e dito a ela que o soldado seria responsabilizado, ele também "aconselhou" que ela se acalmasse e trocasse de número de celular, segundo o relato no Facebook.
Em nota, a assessoria do Exército Brasileiro declarou que "o Exército Brasileiro não discrimina qualquer pessoa, em razão da raça, credo, orientação sexual ou outro parâmetro."
iG/UNPP

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