Bombeiro é preso após denunciar jornada de trabalho excessiva.
Quarta-feira, 27 de maio de 2015
Uilia Braga está detido desde
segunda-feira (18) no 8º Batalhão, em Goiânia; ele acredita que punição
foi uma espécie de vingança.
Reprodução/TV Anhanguera
Bombeiro é preso por denunciar jornada de trabalho, em Goiânia Goiás.
O
Ministério do Trabalho vai investigar a prisão de um cabo do Corpo de Bombeiros
após denunciar excessos na escala de trabalho na corporação. Uilia Braga está
detido desde segunda-feira (18) no 8º Batalhão, em Goiânia.
O bombeiro foi punido por transgressão disciplinar, por
participar de uma reunião, em agosto do ano passado, para denunciar o que ele
considera uma jornada de trabalho excessiva.
"Nós denunciamos a escala dos bombeiros. Ela tem privado
a pessoa humana do convívio com sua família. Ela tem privado o cidadão de ter
acesso à dignidade”, afirmou Uilia em entrevista à TV Anhanguera pelo telefone
celular ao qual tem acesso dentro do Batalhão.
O cabo acredita que a punição foi exagerada, uma espécie de
vingança. "Minha carreira acabou de ser sepultada. Eles cuidaram de
enquadrar tudo o que fiz, a busca dos direitos, eles me enquadraram nos piores
tipos indisciplinares existentes no regulamento", afirma.
Outros quatro homens do Corpo de Bombeiros foram punidos pelo
mesmo motivo. Três deles ficaram presos em março. O outro foi excluído da
corporação.
Investigação
Uma auditoria da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego em Goiás
(SRTE/GO) investiga o caso. A prisão disciplinar de militares é prevista no
regulamento da corporação, mas a auditora Jaqueline Carrijo questiona os
efeitos da punição. "Prisão é para bandido. Não é para trabalhador que
reivindica melhor condição de trabalho", afirma a auditora.
O comando dos Bombeiros afirma que o homem cumpre prisão por
ter cometido transgressão grave, prevista no regulamento da corporação. Além
disso, diz que ele foi punido após a instauração de procedimento
administrativo.
Para a União dos Militares de Goiás, a prisão foi abusiva, já
que os bombeiros punidos buscavam melhorias. Além disso, denuncia um déficit de
profissionais na corporação. “O governo não contrata mão de obra para a Polícia
Militar, e nem para o Corpo de Bombeiros”, afirma o presidente da União,
Valdenir Medrado.
Resposta
O comando do Corpo de Bombeiros explica que a jornada atual dos militares é de
24 horas trabalhadas por 48 horas de descanso. Além disso, afirma que a
corporação estuda a possibilidade de implantar uma escala de 24 horas
trabalhadas por 72 horas de descanso.
Já sobre a falta de trabalhadores, a corporação informou que
o planejamento estratégico prevê a necessidade de concurso público para
aumentar e efetivo nos próximos anos. Entretanto, não foi dito uma data
específica para que isso ocorra.
Fonte: opopular.com.br/UNPP
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