Wagner defende maior número de mulheres em missões militares

31 de março de 2015

Atualmente, o Brasil possui militares do sexo feminino apenas na Missão das Nações Unidas para
 a Estabilização do Haiti (Minustah)
Segundo o ministro da Defesa, Jaques Wagner, “houve progresso nos últimos anos, mas muitos desafios
 ainda têm que ser enfrentados para que mais mulheres participem de operações de paz em postos decisórios”.
O Brasil possui militares do sexo feminino apenas na Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti
Imagem: Jorge Cardoso
























Wagner participou da abertura do Painel Independente de Alto Nível sobre Operações de Paz da Organização
 das Nações Unidas (ONU), iniciado nesta segunda-feira (30/03), em Salvador.
Atualmente, o Brasil possui militares do sexo feminino apenas na Missão das Nações Unidas para a Estabilização
do Haiti (Minustah), onde cerca de dez profissionais atuam como jornalistas, relações públicas e 
assessoras jurídicas, entre outras posições.
Na abertura do encontro, que segue até a terça-feira (31), o titular da Defesa enfatizou, também, a 
importância de se pensar em mecanismos “para que menos mulheres e meninas sofram com a violência de 
gênero relacionada a conflitos”.
No evento, representantes da América Latina e Caribe apresentam propostas e trocam experiências da
 temática, que servirão de subsídio para a atualização do manual de operações de paz da ONU.
“Precisamos saber o que mudar nessas missões, a começar por seus mecanismos de financiamento, visando a
 ampliar sua eficácia e sua legitimidade”, alertou Jaques Wagner.
A renovação do documento que baliza a atuação dos chamados capacetes azuis das Nações Unidas, para o
 ministro, é fruto de uma mudança no panorama político e de segurança mundial.

Abertura
O líder do Painel sobre Operações de Paz, José Manuel Ramos-Horta, foi presidente do Timor-Leste, durante os
 anos de 2007 a 2012. Ele ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 1996 pelo esforço em terminar com a opressão no 
seu país.
Na mesa de abertura do evento, Ramos-Horta enfatizou que as missões desta natureza devem permanecer
 como ferramenta eficaz de manutenção da paz, mas ponderou que é preciso pensar em novas formas de
 se adaptar aos desenhos políticos atuais.
O presidente do painel incentivou os participantes a enviar soluções “ousadas” e “criativas” para a reformulação
 do manual da ONU. Todos os debates do seminário serão enviados para o secretário-geral das Nações
 Unidas, Ban Ki-Moon, em maio deste ano.

Painel
O Painel Independente de Alto Nível sobre Operações de Paz da ONU foi criado em outubro de 2014, pela ONU. 
Tem o objetivo de avaliar o estado atual das operações de paz das Nações Unidas e identificar as 
necessidades que deverão emergir no futuro, como: maior proteção a civis em áreas de conflito, melhoria 
do desempenho das tropas, igualdade de gênero, novas tecnologias em apoio às operações e parcerias 
estratégicas, entre outros assuntos.
Durante cinco meses, o evento percorreu outros continentes, com encontros em Genebra, Bangladesh,
 Nova Iorque e Adis Abeba. Para este painel, estão reunidos no Brasil representantes de alto nível de quase
 todos os países da América Latina e Caribe, da área de Defesa, Segurança, Relações Exteriores, Academia e 
Sociedade Civil.
Ao todo, participam 6 países da América do Sul, 10 da América Central e Caribe e 1 da América do Norte.
Tribuna da Bahia/UNPP

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