Soldado afegão mata general americano em academia militar .

Soldado afegão mata general 
06 Ago 2014

Outros 15 do Exército do Afeganistão e da Otan foram feridos

Cabul


A meses da prometida retirada do Afeganistão, as tropas americanas sofreram ontem a baixa de mais alta patente desde que invadiram o país, após os ataques de 11 de setembro de 2001. Um soldado afegão matou um general americano e feriu outros 15 militares das Forças da Otan (aliança militar ocidental) e afegãos, incluindo um general alemão, ontem, em uma academia militar perto de Cabul. A última baixa de um militar americano de alta patente tinha sido justamente no 11 de Setembro, quando terroristas jogaram um avião sequestrado contra o Pentágono, matando o general Timothy Joseph Maude. O nome do general americano morto ontem, assim como o dos feridos, não foi divulgado. A identidade do atirador também é mantida em segredo, mas o porta- voz do Pentágono, o contra-almirante John Kirby, em entrevista à imprensa, em Washington, declarou que ele foi morto. Kirby também acrescentou que o atirador "era um membro das Forças de Segurança Nacional do Afeganistão", mas não divulgou outros detalhes sobre as circunstâncias do tiroteio.
Já o porta-voz do Ministério da Defesa do Afeganistão, Mohamad Zahir Azimi, informou no Twitter que "um terrorista que vestia o uniforme afegão abriu fogo contra oficiais do Exército afegão e seus colegas estrangeiros, deixando vários feridos". Kirby afirmou que o tiroteio será investigado de forma conjunta com o Exército afegão e pela força internacional da Otan no Afeganistão. O ataque ocorreu às 12h no horário local (4h de Brasília) na Academia Nacional de Oficiais Militares, onde são formados os oficiais do Exército afegão com a ajuda de conselheiros da Otan. A academia foi criada pelos afegãos com a ajuda das Forças Armadas britânicas e é inspirada no modelo da célebre academia militar de Sandhurst, no Reino Unido.

ATAQUE A CIVIS
Vários ataques mortais de soldados ou policiais afegãos contra as tropas da Otan foram registrados desde a queda do regime talibã, no final de 2001. Desde o início da intervenção da coalizão internacional no Afeganistão, 2.340 soldados americanos morreram, segundo o site especializado iCasualties. Em fevereiro, dois afegãos com fardas militares mataram dois soldados americanos na província de Kapisa, no Leste do Afeganistão. Esses ataques, mais a ofensiva de ontem, aumentam a desconfiança entre as forças afegãs e da Otan, que é composta principalmente de soldados americanos. No final do ano, está previsto que os 50 mil soldados das tropas de coalizão da Otan finalmente deixem o país, e caberá aos soldados afegãos continuarem combatendo sozinhos os talibãs. Uma força de cerca de 10 mil soldados americanos poderá permanecer para apoiar o governo do Afeganistão, mas, para isso, Cabul precisa ainda assinar um acordo de segurança com Washington — o que ainda não aconteceu devido à indefinição sobre o resultado das eleições que escolherão o sucessor do presidente Hamid Karzai. Enquanto isso, as autoridades afegãs acusaram ontem as Forças da Otan de matarem quatro civis em um ataque aéreo na província de Herat, no Oeste do país. — Depois de disparos de foguetes contra a base aérea de Shindand, uma aeronave efetuou ataques em direção à área de onde partiram os tiros — disse o vice-governador de Herat, Asiludin Jami. Segundo Jami, um homem, uma mulher, uma criança e um adolescente foram mortos. 

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