Governo cria PEC para integrar forças de segurança estaduais e federal.
29 de agosto de 2014
Modelo da Copa: PEC de Dilma quer alterar papel constitucional das Forças Armadas.
Integração das forças de segurança estaduais e federal
Centro Integrado de Recife funcionou durante a Copa (Foto: Diego Nigro/JC Imagem-UOL NE) |
A presidenta [e] Dilma Rousseff vai enviar ao Congresso
Nacional nas próximas semanas uma proposta de emenda à Constituição
(PEC) com o objetivo de integrar os papéis das forças de segurança
pública estaduais e federal. A intenção é criar Centros Integrados de
Comando e Controle (Cicc) em todas as capitais, semelhantes aos órgãos
criados nas 12 cidades-sede da Copa do Mundo deste ano.
“Nós vamos mandar ao Congresso [uma proposta] alterando o papel da União”, disse a presidenta [e],
explicando que atualmente as Forças Armadas têm somente dois papéis: o
de garantir a segurança de fronteira e a garantia da lei e da ordem
(GLO), solicitada pelos estados de modo excepcional.
Dilma justificou que a experiência com os centros de comando da Copa
foram “muito bem sucedidos” e mostraram que era possível atuar em
conjunto. Por esse motivo, essa “política nacional comum”, quando
criada, vai possibilitar ações de inteligência e controle da segurança
nas cidades. Como exemplo, citou que os centros têm capacidade de
monitorar rapidamente a ocorrência de interrupções de trânsito. “Nós
queremos que o modelo da Copa se torne permanente”, declarou.
Destacando que atualmente a União só pode repassar ações ou promover
parcerias pontuais, como por exemplo as GLOs, Dilma disse que a proposta
não visa a ampliar a ação das Forças Armadas. O objetivo, continuou, é
que “nós tenhamos que nos responsabilizar por quais são os procedimentos
nacionais que vão ter, como vamos unificar nossas ações”. Segundo ela, a
União não tem essa prerrogativa, motivo pelo qual há a necessidade de
uma emenda à Constituição.
Sobre os recursos para a criação desses órgãos, Dilma disse que a
proposta não cria novas estruturas, sendo somente uma junção dos papéis
das polícias militares, das Forças Armadas, da Polícia Federal e da
Polícia Rodoviária Federal. “É uma ação conjunta, ninguém botou
funcionário lá contratado a mais. Cada um entra com o seu e integra no
que faz”, disse, acrescentando que será possível “fazer muito” com o que
“temos de recursos”.
A presidenta [e] disse que, com a experiência da
criação dos centros durante a Copa será possível acelerar a construção
dos órgãos nas demais 15 cidades, prevendo um prazo de cerca de um ano e
meio para a concretização da proposta. Ainda, segundo ela, a proposta
está sendo articulada pelo Ministério da Justiça e está sendo discutida
com todos os secretários de Segurança Pública estaduais. Para o
monitoramento de estradas federais e fronteiras dos estados, esse plano
já vinham sendo discutidos pelo ministro da Justiça, José Eduardo
Cardozo, desde o fim da Copa .
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