RJ estuda ocupar áreas violentas durante as Olimpíadas.

12/05/2016 14h36 - Atualizado em 12/05/2016 14h46

Olimpíadas

Superintendente de Seseg diz que há locais em 'situação conturbada'.
Mapeamento foi feito, mas ainda não há decisão em 'caráter definitivo'

Gabriel Barreirado G1 Rio
Luciano Carvalho de Souza, superintendente de grandes eventos, durante audiência pública na Alerj (Foto: Lucas Moritz/Alerj/Divulgação)Luciano Carvalho de Souza, superintendente de grandes eventos, durante audiência pública na Alerj (Foto: Lucas Moritz/Alerj/Divulgação)
Pela primeira vez desde a escolha do Rio como cidade-sede dos Jogos Olímpicos, uma autoridade admitiu a possibilidade de ocupar, temporariamente, áreas deflagradas durante as Olimpíadas. A afirmação foi feita ao G1 pelo superintendente de grandes eventos na Secretaria de Segurança Pública (Seseg), tenente-coronel Luciano Carvalho de Souza, nesta quinta-feira (12), durante evento na Assembleia Legislativa do Rio.
O mapeamento das possíveis ocupações foi feito por membros do setor de inteligência da pasta, mas ainda não "há nada em caráter definitivo" quanto à tomada de territórios. Souza admitiu que há UPPs em "situação conturbada", mas não adiantou quais locais são observados no estudo de análise de risco – e se poderiam incluir comunidades que ainda não receberam as unidades de polícia pacificadora.
"Nós não temos ainda especificadas as áreas [que seriam ocupadas]. Foi feito um trabalho de inteligência voltado a determinadas áreas que podem gerar problemas para os Jogos e, a partir daí, vai ser definido que tipo de estratégia vai ser adotada: se é ocupação preventiva, se é uma equipe de pronto emprego", disse.
O estudo, lembrou ele, é semelhante aos feitos em outros grandes eventos, como Jornada Mundial da Juventude (JMJ) e Copa do Mundo, considerados exemplos de sucesso.

Uma das principais preocupações das autoridades de segurança é até que ponto a guerra entre facções criminosas em comunidades poderia interferir no andamento dos Jogos.
O tenente-coronel lembrou ainda que, durante os Jogos Pan-Americanos, áreas que margeiam a Linha Amarela e Linha Vermelha – como o Complexo da Maré – foram temporariamente ocupadas.
Outro fator que mantém indefinidas as possíveis áreas de ocupação é o atraso no bônus incorporado ao salário de policiais, conhecido como RAS (Regime Adicional de Serviço). Caso continue atrasado, pode resultar na diminuição do contingente empregado.O superintendente da Seseg, no entanto, se diz otimista com a solução do impasse, apesar da crise econômica vivida pelo Estado.
"(O não-pagamento) Pode vir a interferir? Pode. Mas estamos acreditando na sensibilidade das autoridades que detém os recursos em relação a este tema", garantiu Souza.
Ainda nesta quinta, o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, é esperado na (Alerj para discutir o orçamento da pasta, que já foi contemplado com doações.
Transição no governo federal
A declaração de Luciano Carvalho de Souza foi feita no mesmo dia em que o Senado Federal decidiu afastar do cargo a presidente da República, Dilma Rousseff, por até 180 dias. Interino, Michel Temer já divulgou os novos ministros, inclusive o da Justiça, Alexandre de Moraes.
Apesar das mudanças em âmbito federal, o tenente-coronel não se diz preocupado com eventuais alterações. "Tanto o Ministério da Justiça, quanto o Estado tem um corpo técnico entrosado e integrado. Boa parte do que tinha que ser planejado já foi. Mesmo uma mudança de autoridade, acredito, não tem muito a mudar (no projeto)".

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