Psol do Rio pede expulsão de Cabo Daciolo .

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Psol

Gota d'água foi um discurso feito por ele sobre caso Amarildo Segundo ele, os PMs acusados de matar e esconder o corpo do pedreiro foram presos injustamente .

Leandro Resende
Rio - A Executiva Estadual do Psol-RJ perdeu de vez a paciência com o deputado federal Cabo Daciolo e suas controversas posições. Em reunião nesta noite, a direção do partido decidiu pedir a expulsão do parlamentar, que ficará a cargo da Executiva Nacional. A gota d'água foi um discurso feito por ele sobre o caso do pedreiro Amarildo de Souza, que desapareceu em julho de 2013. Segundo ele, os policiais militares acusados de matar e esconder o corpo do pedreiro foram presos injustamente.
"Vamos estar em Bangu 9 neste domingo, onde eu tenho 25 militares respondendo por um crime que não cometeram, 12 deles presos e um faleceu dia 13. São chefes de família. Solicitaremos a presença do Ouvidor Nacional de Direitos Humanos para ir conosco. Juntos somos fortes, Deus está no Controle", declarou Daciolo, em discurso contundente na Câmara.
Deputado federal defendeu PMs presos por morte do pedreiro Amarildo
Foto:  Reprodução Internet
Em nota, a Executiva Estadual do Psol se "solidarizou" com a família de Amarildo, e afirmou que Cabo Daciolo "envergonha" o partido e sua militância. Em constante rota de colisão com o Psol, o deputado já tirou 'selfies' com o colega Jair Bolsonaro (PP),adversário de diversas bandeiras encampadas pelo partido, e já disse que quer alterar trecho da Constituição de "todo o poder emana do povo" para "todo poder emana de Deus".
A fala de Daciolo sobre o 'caso Amarildo' , a gota d'água para atitude tomada pelo Psol, lembra um episódio recente de grande repercussão, inclusive internacional. Ele desapareceu após ser levado para interrogatório por policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha, durante a Operação Paz Armada, de combate ao tráfico de drogas na comunidade, em julho de 2013. Uma vez na sede da UPP, o pedreiro teria passado por averiguação e, segundo a versão dos PMs, ele teria sido levado por vários pontos da cidade antes de voltar à UPP. Não há imagens dele deixando o local.
Depoimentos identificaram quatro PMs que participaram da sessão de tortura a que Amarildo teria sido submetido dentro da UPP. Após seis meses de buscas pelo corpo, a Justiça decretou a morte presumida do pedreiro. O então governador Sérgio Cabral chegou a receber a família do pedreiro no Palácio Guanabara.
Confira a íntegra da nota do partido
PSOL DO RIO DE JANEIRO SE SOLIDARIZA COM A FAMÍLIA DE AMARILDO E INDICA A EXPULSÃO IMEDIATA DO DEPUTADO CABO DACIOLO
Em novo pronunciamento, no dia de hoje, na tribuna da Câmara dos Deputados, o deputado cabo Daciolo, eleito pelo PSOL, mais uma vez envergonha o partido, sua militância, nossos eleitores e a população do estado do Rio de Janeiro, quando defende os policiais militares acusados pelo assassinato do pedreiro Amarildo e anuncia que os visitará na prisão para se solidarizar com eles.
Não é a primeira vez que o parlamentar faz declarações ou toma atitudes antagônicas com o programa, os princípios e a ética do PSOL.
No mesmo dia da sua posse, o deputado fez questão de tirar foto sorridente ao lado do fascista Jair Bolsonaro, na mesma semana em que a bancada do PSOL defendia a cassação do parlamentar por ter reivindicado o estupro e ter ofendido, com expressões machistas e misóginas, a deputada Maria do Rosário. Pouco depois, Daciolo defendeu que o ministro da Defesa deveria ser um oficial superior das Forças Armadas e adotou um discurso militarista, próprio da direita mais rançosa, em diversos pronunciamentos públicos. Mais grave ainda, recolheu assinaturas para uma PEC teocrática, contrária à laicidade do Estado, afirmando que “o poder não emana do povo, mas de Deus” — projeto que só não protocolizou por pressão de outros parlamentares da bancada e da direção do partido.
O DIA/UNPP

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