Coronel pulou 81 colocações na lista de promoções.

Coronel que defendeu violência contra


manifestantes pulou 81 colocações na lista de 


promoção após novo comando assumir.

O coronel Fábio foi promovido a coronel, no último dia 25, por merecimento
O coronel Fábio foi promovido a coronel, no último dia 25, por merecimento Foto: Eduardo Naddar / O Globo
Carolina Heringer e Fabiana Paiva

A ascensão do então tenente-coronel Fábio Almeida de Souza para coronel foi precedida de outro salto ainda maior do que a mudança de patente. O oficial ocupava a 89ª posição no quadro de promoções da corporação, mas pulou para a 8ª, após o grupo do coronel Alberto Pinheiro Neto ter assumido o comando da PM, no fim do ano passado. No último dia 25, Fábio foi promovido a coronel por merecimento. E, nesta segunda-feira, exonerado do comando do Batalhão de Choque, após comentários polêmicos feitos por ele num grupo de WhatsApp - inclusive com alusões ao nazismo - terem sido divulgados.
Para dar o salto, Fábio recorreu de sua avaliação anterior, de abril de 2013, feita na época em que o coronel Luís Castro de Menezes era comandante. Antes, em dezembro de 2012, estava em 28º. A queda na colocação do coronel Fábio na lista se deu pela descoberta das conversas no WhatsApp. Na época, ele ainda foi afastado do comando do Bope.
Segundo um oficial que fazia parte da cúpula da PM, para subir 81 posições o oficial teria de conseguir nota máxima em todos os quesitos, avaliados por uma comissão presidida pelo comandante da PM. É ele quem vai escolher da lista os promovidos. A relação precisa ser aprovada pelo secretário de Segurança Pública.
Beltrame diz que não sabia
O secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, disse ontem estar “horrorizado” com as mensagens trocadas pelo coronel Fábio. Ele negou que já soubesse dos diálogos, e afirmou ter pedido a abertura de uma investigação sobre a conduta do coronel. Ex-comandante da PM, o coronel Luís Castro, que disse à “Veja” que já havia avisado ao secretário sobre as conversas, no início de 2014, foi irônico ao ser questionado pelo EXTRA sobre as declarações de Beltrame.
- Você não acha estranho o comandante do Bope ser exonerado e mandado para O DGP, a geladeira da PM, sem que o secretário de Segurança saiba o porquê? Meio difícil, né? - disparou.
De acordo com Castro, em março de 2014, ao saber dos diálogos, procurou Beltrame pessoalmente, e avisou que exoneraria o oficial, que comandava o Bope. Segundo Castro, o secretário teria pedido que Fábio fosse para sua escolta pessoal. Lá, ele ficou até novembro de 2014, quando voltou a comandar o Choque.
Defesa da violência
Reportagem da revista “Veja” do último domingo revelou em que conversas com outros PMs, num grupo do WhatsApp, o coronel Fábio, incitou a violência contra manifestantes e fez diversas referências ao nazismo. Na época das conversas, que ocorreram entre dezembro de 2013 e janeiro de 2014, o coronel era comandante do Bope. Ele foi afastado do Choque em agosto de 2013. Em seu lugar assumiu o tenente-coronel Márcio Rocha.
As conversas constam em IPM que investiga episódio, em janeiro de 2014,no qual a fachada do prédio de Rocha foi atingida por 14 tiros. Além dessa investigação, o procurador Marcio Mothé, da Comissão de Direitos Humanos do MP, vai pedir à Central de Inquéritos que investigue se o coronel Fábio e outros policiais cometeram o crime de incitação ao nazismo.

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