Jogo político: governo cria versão politicamente correta para saída de general do DNIT.
3 de julho de 2014
Jogo político:
DNIT
GOVERNO DIZ QUE FRAXE DEIXA O DNIT POR “RAZÕES PESSOAIS”
Ex-diretor-geral do DNIT, Jorge Fraxe. Foto: Agência Brasil |
Brasília - O Ministério dos Transportes divulgou nota oficial
nesta quarta-feira, 2, informando que a saída do presidente do
Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), general
Jorge Fraxe, ocorre por “por razões estritamente pessoais”. O cargo é
alvo de cobiça do PR, que tem pressionado o Planalto por mais cargos. O
ministério diz que ainda “não está tratando da substituição” de Fraxe.
O PR começou exigindo a saída do ministro dos Transportes, César Borges,
que foi substituído por Paulo Sérgio Passos na quinta-feira da semana
passada. Em troca ao pedido de mais espaço no governo, o partido oferece
o tempo de um minuto e oito segundos na propaganda eleitoral para a
campanha à reeleição de Dilma Rousseff. segundo o presidente do PR,
senador Alfredo Nascimento, o problema é que Passos não foi uma escolha
do partido, mas da presidente. Diante disso, o PR continuou pressionando
para obter o Dnit e outros cargos. Segundo o Ministério do Transportes,
o pedido de afastamento do general Fraxe já havia sido apresentado ao
ex-ministro César Borges.
Leia também:
Tudo pela reeleição: PR pede e Dilma deve demitir general do DNIT
Ontem, ao ser perguntada se iria trocar o presidente do Dnit, a
presidente negou, respondendo que “você só pergunta coisa que não
acontece”. Dilma esperava resolver o problema com o PR com a saída de
Borges, que foi realocado na Secretaria de Portos. Só que essa manobra
não foi suficiente. O PR continuou exigindo mais cargos na área de
transportes, não apenas no Dnit, mas também na Valec, que deixaram de
ser do partido depois da “faxina” feita por Dilma no primeiro ano de seu
governo.
Apesar de resistir há tempos às pressões, recentemente o discurso do
Planalto em relação à permanência de Fraxe no Dnit começava a mudar.
Passou-se a dizer que há meses ele já havia pedido para deixar o cargo
e, quase que “por coincidência”, o seu pedido poderia ser atendido
agora.
Nota do blog em 25 de junho:Segundo informa o jornalista Cláudio Humberto em sua coluna Diário do Poder de hoje (25), o Partido da República exigiu a demissão do general Jorge Fraxe da direção do DNIT. Dilma topou. A cabeça do general será oferecida ao PR juntamente com a do atual ministro dos Transportes, César Borges, em troca do apoio do partido a reeleição da presidente. O general está no cargo desde setembro de 2011.
Ainda assim, no PR há quem brigue pela indicação do ex-superintendente
do Dnit de Goiás Anderson Cabral Ribeiro para substituir o general
Fraxe. O Planalto tenta compensar o PR, oferecendo duas das quatro
superintendências criadas no órgão recentemente e que ainda estão
livres: no Distrito Federal e no Acre. (Tânia Monteiro/Agência Estado)
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