DEFESA
Brasil - Turquia: Criam grupos para estudar desenvolvimento de projetos conjuntos em defesa
Brasil procura detalhes do projeto de caça de 5ª Geração a ser desenvolvido pela Turquia. Projeto TF-X
O
Presidente da Turquia Abdullah Gül , e os ministros da Defesa Celso
Amorim e Ismet Yilmaz com suas delegações. Foto - Presidência Turquia
Ancara, 22/08/2013 –
Brasil e Turquia vão fortalecer a cooperação bilateral em defesa por
meio da criação de cinco grupos de trabalho para estudo de parcerias nas
áreas naval, aeronáutica, espacial, comando e controle e defesa
cibernética. A decisão é resultado da viagem oficial realizada esta
semana pelo ministro da Defesa, Celso Amorim, ao país euroasiático.
Ao longo de três dias, Amorim e comitiva
mantiveram contatos com lideranças políticas, militares e com executivos
de empresas turcas em Ancara, capital do país. A decisão de criar os
grupos de trabalho ocorreu após tratativas entre Amorim e o ministro da
Defesa Nacional da Turquia, Ismet Yilmaz.
Os grupos serão constituídos por
representantes estatais, civis e militares, e deverão contar também com a
participação de integrantes de empresas da área de defesa dos dois
países. Nas próximas semanas, deverão ser definidas as datas de reuniões
técnicas setoriais, que ocorrerão no Brasil e na Turquia até o final
deste ano.
A cooperação na área de defesa com os
turcos parte da ideia central de que os dois países - nações com nível
de desenvolvimento semelhante, sem conflitos de interesse e com
participação crescente no cenário internacional - têm muito a ganhar com
o desenvolvimento de projetos comuns, tanto no campo econômico como no
campo estratégico. “Nossa relação já alcançou o status de
parceria estratégica. A indústria de defesa do meu país tem realizado
grandes projetos e estamos prontos a cooperar”, disse Ismet Yilmaz a
Amorim em encontro da sede do Ministério da Defesa, em Ancara.
Projetos conjuntos
Na área naval será estudada a
possibilidade de troca de informações e eventual desenvolvimento
conjunto de projetos de construção de navios escolta: corvetas e
fragatas. A Turquia construiu, a partir de projeto próprio, uma corveta
com requisitos e características que podem interessar ao Brasil. O
Brasil também possui um projeto nativo de corveta, que serviu de base
para a construção de um navio da nova classe de corvetas da Marinha, a
Barroso. Nesse grupo também deverá haver tratativas sobre projetos e
sistemas de detecção e guerra eletrônica.
No grupo aeronáutico, o foco recairá em projetos de aviões, helicópteros e veículos aéreos não-tripulados (vants).
A Turquia desenvolveu projetos de helicópteros militares de ataque e de
vants que utilizam aviônica nacional. Também possuem experiência na
integração e fabricação de peças e seções de aviões civis e militares. O
Brasil, por seu turno, também está desenvolvendo vants e possui uma ampla experiência na fabricação de aviões de civis e militares, por meio da EMBRAER.
A ideia é discutir as possibilidades de
parceria no segmento, a partir do conceito de emprego dual
(civil-militar) das aeronaves, incluindo tratativas sobre o projeto turco, em fase inicial de desenvolvimento, de um caça de 5ª geração.
Nesse campo, uma das possibilidades a serem estudadas é a montagem de
helicópteros turcos no Brasil e de aviões brasileiros na Turquia.
O grupo espacial vai tratar das
possibilidades de cooperação em sistemas de lançamento e de satélite (de
sensoriamento e comunicações). O de comando e controle terá como
objetivo central a área de comunicações militares (com possibilidade de
aplicação civil) por meio da tecnologia denominada Rádio Definido por
Software (RDS). O Brasil tem interesse no desenvolvimento dessa
tecnologia, que trará, entre outros aspectos, ganhos significativos para
as comunicações diretas entre as Forças Armadas brasileiras, melhorando
seu desempenho, por exemplo, nas operações militares.
O quinto grupo tratará da área de defesa cibernética,
com base na experiência acumulada até o momento pelas forças militares
das duas nações. O Brasil enviará representante à feira que a Turquia
organizará sobre o tema (International Cyber Warfare and Security) no próximo mês de novembro, em Ancara.
Outras parcerias
Além da criação dos grupos de trabalho,
os dois ministros da Defesa também concordaram em estreitar as parcerias
em outras áreas da defesa. Amorim e Yilmaz, que esteve no Brasil em
visita oficial no ano passado, acertaram a ampliação de vagas em escolas
res de formação militar para fomentar o intercâmbio entre oficias e
praças das duas nações. “Considero isso muito importante para o
fortalecimento da cooperação”, pontou Amorim ao colega turco.
Também foi discutida a possibilidade de
abertura de novas vagas em cursos de operações de paz e de combate ao
terrorismo, área em que as forças turcas possuem ampla experiência.
Celso Amorim também manteve importantes
encontros com algumas das principais lideranças políticas turcas. O
ministro brasileiro foi recebido pelo presidente, Abdullah Gül, e pelo
ministro das relações exteriores do país, Ahmet Davutoglu. Com ambos,
além de obter sinalizações positivas sobre a cooperação militar, Amorim
conversou sobre a conjuntura política mundial e, mais especificamente,
sobre a situação do oriente médio.
O ministro brasileiro foi portador de uma
carta da presidente Dilma Rousseff endereçada ao presidente turco na
qual a mandatária brasileira reitera a disposição do país em incrementar
a cooperação na área de defesa.
Na sede do ministério da Defesa, Amorim
foi recebido com honras militares. O início da programação oficial da
viagem foi marcada pela cerimônia de deposição de uma coroa de flores no
mausoléu construído em homenagem a Mustafa Kemal Atatürk, fundador e
primeiro presidente da República da Turquia.
Durante a viagem, Amorim também
participou da inauguração adidância de Defesa brasileira na Turquia,
cujas as instalações funcionarão na térreo da embaixada brasileira
naquele país. A representação ficará à cargo do comandante Allan Kardec
Mota.
A viagem oficial contou com o apoio do
embaixador brasileiro no país, Antonio Salgado, e equipe. A comitiva
brasileira contou, entre outros, com oficiais generais da Secretaria de
Produtos de Defesa (Seprod), do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas
(EMCFA) e da Marinha do Brasil, general Aderico Mattioli, brigadeiro Nilson Carminati e almirante Antônio Carlos Frade Carneiro.
SÓ NÃO SE CRIA UM GRUPO DE REESTRUTURAÇÃO DO PLANO DE CARREIRA DOS PRAÇAS.
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